Crise financeira estimulou viagens de Lula e inibiu sucessora
O ano em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais rodou o mundo foi 2009, quando a economia sofria os efeitos da crise financeira e as exportações brasileiras caíam pela primeira vez em 12 anos.
Naquele ano, Lula visitou 48 países. Em 2012, quando as vendas brasileiras voltaram a cair, Dilma foi a 15.
Lula mostrou-se dedicado a promover o comércio exterior desde o início de seu governo. Em 2004, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) anunciou que passaria a monitorar o desempenho das exportações nos países visitados pelas missões presidenciais.
Documento de junho daquele ano listava o reflexo das visitas no comércio com oito países, entre eles Egito, Síria, Líbia e Venezuela. Todos apresentavam crescimento de dois dígitos nas compras do Brasil. O trabalho de acompanhamento foi abandonado, segundo o Mdic.
Lula chegou a autorizar que o "Sucatão", apelido do antigo avião presidencial, fosse usado por Miguel Jorge para levar empresários em périplos pela África, uma das regiões estabelecidas como estratégicas para deslanchar a política Sul-Sul, de fortalecimento das relações entre países em desenvolvimento.
"Tem que sair com a mala para vender como um mascate", diz o ex-ministro. "Na crise, deveríamos ter incrementado as viagens. Quanto mais difícil está o mercado, mais você tem que trabalhar."
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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