Passarela poderá ligar Masp a seu anexo
Três ideias estão em análise agora no Masp para deslocar a bilheteria do museu do vão livre, onde está hoje a contragosto dos órgãos de defesa do patrimônio histórico, para o anexo do museu, que está sendo construído no quarteirão ao lado.
Essa mudança, que o novo presidente do museu, Heitor Martins, chama de "grande passo arquitetônico", é uma antiga reivindicação do poder público, visando preservar o projeto do Masp, obra de Lina Bo Bardi (1914-1992).
É também prioridade da nova direção do Masp, que assumiu na semana passada.
Embora não haja projetos oficiais nem estimativas de custo, o mais provável é que seja construída uma passarela, ligando o anexo, o antigo prédio de apartamentos Dumont Adams, ao subsolo da esplanada atrás do vão livre.
Angela Palma | ||
Croqui do prédio do Masp visto por trás, com passarela sobre a rua Professor Otávio Mendes, ligando-o ao anexo |
Essa ligação aérea aproveitaria o desnível do terreno entre a avenida Paulista e a parte de trás, passando por cima da rua Professor Otávio Mendes, onde fica o bar Opção.
Outra ideia, também em análise pela equipe do Masp e que será apresentada aos órgãos de defesa do patrimônio histórico que protegem o museu —o Conpresp, no nível municipal, e o Condephaat, no estadual—, é criar um túnel entre os dois prédios.
Nos dois casos, visitantes entrariam pelo anexo do museu, comprariam seus bilhetes e então seguiriam, pela passarela ou pelo túnel, para a sede principal do Masp.
Mais caro, esse túnel que já estava sendo projetado para servir de passagem entre o museu e o anexo para o transporte de obras em restauro, serviria então de percurso entre a nova bilheteria e o subsolo da sede principal.
Uma terceira proposta, que já estava em consideração pela antiga diretoria do Masp e é a menos cotada como alternativa, é deslocar a bilheteria para o lugar da chapelaria, o que não deixaria de fato livre o vão livre.
Pouco antes da troca da diretoria do museu, na semana passada, essas propostas haviam sido enviadas à Procuradoria Geral do Estado, que moveu uma ação contra o museu em nome do Condephaat (conselho estadual de defesa do patrimônio) pedindo a retirada da bilheteria do vão livre em 2013.
Embora as propostas ainda devam ser avaliadas pelos órgãos de defesa do patrimônio, a Folha apurou que elas já foram apresentadas ao prefeito Fernando Haddad, que num primeiro momento se mostrou favorável às alternativas.
Outro entrave para que a mudança saia do papel, no entanto, é o acordo que precisa ser fechado entre Masp e a Vivo, patrocinadora do anexo. As obras do prédio estão paradas desde o início do ano passado por falta de verbas.
Nos cálculos da nova direção do museu, seriam necessários cerca de R$ 40 milhões para concluir a reforma, que já consumiu R$ 20 milhões.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade