Personalização de motos bate recorde no Brasil

Customizadores do American Choppers elogiam projetos nacionais

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Uns dizem que são motos especiais. Outros, que são arte sobre rodas. Não importa quem está certo: as motos personalizadas ganharam adeptos nos Estados Unidos e, aos poucos, contagiam os brasileiros.
O sucesso da família Teutul, do programa de TV American Choppers, que esteve em Brasília no mês passado, prova que há muitos fãs no país. E mais: Paul Senior e seu filho, Paul Jr., disseram à Folha ter ficado surpresos com o nível dos projetos desenvolvidos aqui.
Em encontro com o presidente Lula, os donos da OCC (Orange County Choppers) revelaram a intenção de abrir uma filial no Brasil em 2009.
"Isso mostra que o mercado de personalização está em forte crescimento", analisa Eduardo Hermanas, construtor de motos da Johnnie Wash, de São Paulo. Ele preparou uma Harley-Davidson 883 que mereceu até uma assinatura de Paul Jr..
Mas só pelo valor simbólico. Hermanas não gosta do estilo da OCC: "É muito exagerado. Prefiro projetos mais simples".
É a mesma opinião de Flávio Luz, dono da Lucky Friends, de Sorocaba (90 km a noroeste de São Paulo), e adepto da "old school", que, como o nome sugere, remete a motos antigas.
"Brincamos com o estilo dos clientes. Eles sempre têm idéias mirabolantes e misturam tudo. Na prática, quanto menos, melhor", explica Luz, sentado em sua Harley-Davidson 1969 recém-restaurada.
Paul Jr. até brinca com a moto: "Legal saber que há Harley antiga no Brasil. Meu pai é que vai gostar dessa". Seu motor de 1.200 cm3 usa um só comando de válvulas para os dois cilindros em "V". É uma raridade.
Na Manri Motos, de São Paulo, além das Harley, muitos clientes customizam a Honda Shadow 600 pela boa relação custo/benefício. "Isso, nos EUA, é um sacrilégio", conta o dono, Luiz Manrique. Afinal, o modelo vem do Japão.

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