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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Comitê de Serra cria esquadrão antiboato
Partido tem 15 equipes de repórteres e cinegrafistas que viajam pelo país para produzir relatórios sobre acusações
Líder do governo diz que PT não precisa disso para vencer e ressalta que o tucano é quem utiliza o "jogo rasteiro"
JOSIAS DE SOUZA
DE BRASÍLIA
O comitê de campanha do
presidenciável José Serra
(PSDB) montou um "esquadrão antiboato". É composto
por 15 equipes de repórteres e
cinegrafistas. Percorrem o
país à procura de "boatos".
Produzem relatórios para
o núcleo de marketing da
campanha, comandado pelo
jornalista Luiz Gonzalez.
Em privado, Serra se diz
convencido de que o PT, partido de Dilma Rousseff, espalha rumores com o intuito de
prejudicar sua campanha.
A opinião é compartilhada
pelos operadores do comitê
tucano. Num cenário de disputa apertada, decidiu-se
priorizar a desmontagem das
supostas aleivosias.
Na madrugada de quarta,
plugado à web, Serra rebateu, em resposta a um internauta, um dos "boatos" que
considera mais frequentes:
"É claro que não é verdade",
anotou Serra no Twitter. "Privatização do Banco do Brasil
é puro terrorismo eleitoral."
Antes, na terça-feira, num
ato de campanha em Palmas
(TO), Serra acusara "cabos
eleitorais petistas" de promoverem "mentiras, insultos
e truques". Como exemplo,
citara o "boato" de que privatizaria a Ceagesp, vinculada
ao Ministério da Agricultura.
"É tudo cabo eleitoral", rebatera Serra, "não é gente
que entende de abastecimento. Quem vai perder o emprego é esse pessoal, que está lá
por nomeação política e não
entende nada do assunto".
Líder do governo na Câmara e integrante do comitê de
Dilma, o deputado Cândido
Vaccarezza (PT-SP) reage
com ironia: "Parece piada.
Como falta discurso ao Serra,
ele vem agora com essa história de boatos. Isso não existe
nem é necessário", disse.
"O que inspira a desconfiança em Serra é o comportamento do candidato", diz:
"Quando diz que vai dobrar
os investimentos do Bolsa
Família, ninguém acredita".
"Nas reuniões com empresários", acrescentou Vaccarezza, "aparece outra dúvida
frequente. Eles não sabem o
que o Serra faria com o Banco
Central e o câmbio".
Alheio à negação, o comitê
tucano age para desmontar
"evidências" de boataria que
diz ter detectado nos relatos
das equipes de reportagem.
Mencionam-se dois exemplos. Um supostamente recolhido no Nordeste. Outro, na
Amazônia. No primeiro, uma
gerente de agência da CEF teria dito a uma beneficiária do
Bolsa Família que, sob Serra,
o programa seria extinto.
No segundo, um partidário de Dilma teria declarado
que, se eleito, o tucano extinguiria concursos públicos e
demitiria os servidores.
"Essa história de central
de boatos não cola", Vaccarezza rebate: "Não precisamos disso". Para ele, quem
recorre ao "jogo rasteiro" é
Serra: "Nós não entraremos
nesse jogo. Vamos manter a
nossa linha, que é a de discutir os rumos do país".
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