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PCC leva SP a reduzir voto em presídios
Unidades controladas pela facção não terão urnas para presos provisórios votarem
DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO
O temor de que o PCC (Primeiro Comando da Capital)
possa usar as votações nos
presídios para influenciar o
processo eleitoral e incentivar rebeliões levou o governo
de São Paulo a impedir o pleito em unidades controladas
pela facção criminosa.
A medida contribuiu para
reduzir a 1.904 o número de
presos provisórios (aqueles à
espera de julgamento) aptos
a votar entre os 52,8 mil que
hoje ocupam o sistema carcerário (3,6%).
"Não podemos admitir o
processo eleitoral numa prisão onde você combate o crime organizado permanentemente", afirmou o secretário
da Administração Penitenciária do Estado, Lourival
Gomes, que citou os atentados do PCC de maio de 2006,
que deixou 43 mortos.
Do total de 147 unidades
prisionais em São Paulo, só
30 receberão urnas. Apenas
13.177 presos foram autorizados a tirar o título de eleitor.
"Foi um critério de experiência, nada científico", afirmou o presidente do TRE
(Tribunal Regional Eleitoral)
de SP, Walter de Almeida
Guilherme.
Por falta interesse 11.978
não votarão. Para o presidente do TRE-SP, a baixa adesão
foi surpreendente.
O maior interesse foi verificado na Fundação Casa, onde mais da metade dos menores infratores (2.648) se
inscreveu para votar. As urnas serão instaladas em 74
unidades da fundação.
De acordo com o TRE, mais
de 1.500 voluntários apareceram para trabalhar como mesários -número suficiente,
segundo o tribunal.
Ontem, a Administração
Penitenciária e o TRE-SP simularam a votação com oito
presos no Presídio de Pinheiros 3. Dos 5.885 abrigados
nas quatro unidades do presídio, apenas 200 votarão.
"Se a gente está votando é
porque está apto a voltar para a sociedade", disse Jackson Araujo da Silva, 27. Mesmo já sentenciado a cumprir
23 anos de prisão por homicídio, ele poderá votar pois sua
condenação não é definitiva.
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