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FERNANDO RODRIGUES
Um possível avanço
BRASÍLIA - O Tribunal Superior
Eleitoral pediu R$ 250 milhões a
Lula para aperfeiçoar as urnas eletrônicas. Será um dinheiro bem
gasto num momento em que deputados usam verbas oficiais no pagamento a serviços prestados por
suas próprias empresas.
O objetivo é ampliar o sistema de
reconhecimento biométrico dos
eleitores brasileiros -a leitura ótica da impressão digital. O procedimento torna quase impossível a
fraude na hora do voto.
No oceano de más notícias políticas recentes por causa da inoperância do Congresso, o avanço tecnológico do TSE é um alento. Em silêncio, outras providências já foram
adotadas para 2010.
Uma das mais relevantes é publicar na tela das urnas eletrônicas as
fotos e os nomes dos candidatos a
suplentes de senadores. Essa gente
fica em segredo até quando assume
o cargo do titular. Muitas propostas
tramitam no Congresso para eliminar a deformação, mas nada prospera. No ano que vem, graças a uma
decisão do TSE, pelo menos as fotos
desses políticos sem voto ficarão
exibidas de maneira ostensiva no
momento em que o eleitor confirmar o voto.
As novas urnas e o título de eleitor com reconhecimento biométrico, segundo o presidente do TSE,
Carlos Ayres Britto, podem ser o
primeiro passo para a adoção de
uma carteira única de identificação
pessoal no país. Projetos de lei tratam do tema há anos, sem sucesso,
para condensar CPF, RG, habilitação para motorista e outros dados
em um só documento. Em vez de
alavancar essa ideia, o governo recentemente foi na direção oposta
ao anunciar uma carteirinha extra
-para torcedores de futebol.
A identificação biométrica deve
chegar a 4 milhões de eleitores no
ano que vem. Em 2014, a inclusão
será total. Tudo se o governo considerar tal medida prioritária e aprovar o orçamento necessário.
frodriguesbsb@uol.com.br
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