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FERNANDO RODRIGUES
Um país de todos
BRASÍLIA - Em número total de
prefeitos, o PMDB é o campeão
eleitoral. Dados preliminares indicam 1.194 municípios sob o comando de peemedebistas em 2009.
Conhecido mundialmente pela
total falta de identidade e por ser
um livro (ou ônibus) aberto a qualquer um, o PMDB conquistou 18,4
milhões de votos para prefeito. É o
equivalente a 18,6% do total do país.
Um recorde.
PT e PSDB se revezaram nas últimas três eleições (96, 00 e 04) como
os campeões de voto. Nunca atingiram o percentual obtido pelos candidatos do PMDB.
Parte do combustível para o crescimento do PMDB foi a infidelidade
partidária em cidades pequenas.
Em 2004, a sigla elegeu 1.057 prefeitos. Depois de aderir por inteiro
ao governo Lula, pulou para 1.212
cidades. Ou seja, o recorde da eleição de domingo já existia antes, sem
um voto sequer.
A Bahia é emblemática acerca de
como o PMDB faz política. É de lá o
ministro da Integração Nacional,
Geddel Vieira Lima -peemedebista histórico, ex-quase cassado pela
CPI dos Anões do Orçamento, ex-adorador de FHC e hoje pró-Lula
desde criancinha. Em 2004, o
PMDB era raquítico em solo baiano. Elegeu só 20 prefeitos. Geddel
então converteu-se ao lulismo. A legenda inchou para 57 municípios
governados na Boa Terra. Apurados
os votos, saltou para 113.
Não há notícia de uma única nova
proposta administrativa revolucionária vinda dos intelectuais do
PMDB para conquistar tantos novos adeptos e votos. Como a sigla
passou a exercer grande atração sobre prefeitos, o fato deve ser atribuído à extrema capacidade gerencial (sic) de peemedebistas como
Geddel Vieira Lima. Seu talento teve espaço menos vistoso nos anos
FHC. Lula percebeu. Deu a Geddel
a liberdade merecida por um político assim num governo cujo slogan é
"Brasil, um país de todos".
frodriguesbsb@uol.com.br
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