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UE lança programa para atrair imigrantes
"Blue card", que rivalizará com o americano "green card", visa combater escassez de mão-de-obra qualificada no bloco
Medidas só entrarão em vigor se aprovadas pelos 27 países da União Européia; França aprova teste de DNA para candidatos a imigrar
DA REDAÇÃO
A Comissão Européia, o órgão Executivo da UE, apresentou ontem uma proposta unificada de medidas para atrair imigrantes qualificados aos 27
países do bloco. O projeto, chamado de "blue card" -cartão
azul, em alusão ao "green card"
dos EUA- visa não só facilitar o
acesso de imigrantes a emprego e moradia na União Européia como a benefícios garantidos aos cidadãos locais.
Tendo sido estudadas e preparadas pela Comissão de Migração e Justiça da UE, sob o
comando de Franco Frattini, as
concessões e exigências sintetizadas no cartão têm como objetivo suprir uma defasagem nos
países da UE de trabalhadores
em setores de tecnologia e engenharia, entre outros que exigem qualificação específica.
Devido à alta expectativa de
vida da população do bloco, estima-se que, até 2050, cerca de
25 milhões de europeus vão se
aposentar. Como conseqüência, e considerando-se as baixas
taxas de natalidade dos países
da UE, projeta-se uma defasagem de 20 milhões de trabalhadores qualificados nesses setores nos próximos 20 anos, a qual pode afetar o crescimento
econômico da região.
Segundo Frattini, imigrantes
altamente qualificados são
0,9% da força de trabalho na
União Européia, contra 9,9%
na Austrália e 3,5% nos EUA.
Idealizado para rivalizar com
o green card na atração de imigrantes, o blue card tem de ser
aprovado pelos 27 Estados-membros da UE para ser implementado.
A fim de o requisitar, o pretendente precisa de um contrato de trabalho de um ano em algum país da UE, sendo que seu salário deve ser ao menos o triplo do mínimo vigente. Mas seu
empregador deve provar que a
vaga não pode ser preenchida
por um cidadão do bloco.
Diferentemente do equivalente americano (ver quadro
abaixo), o cartão europeu vale
apenas por dois anos, mas também pode ser renovado.
A residência permanente só é
concedida após cinco anos da
posse do blue card, e quem o
obtiver terá facilidade no financiamento de moradia ou aluguel subsidiados, conforme a
legislação do país em que se fixar. O cartão dá ainda a seu detentor e à sua família o direito
não só de trabalhar e morar na
UE, mas de viajar e migrar para
outros países da comunidade.
Mas a proposta não é unanimidade. A Alemanha manifestou suas reservas sobre o blue
card. O país, como a Holanda e
o Reino Unido, já havia implantado programas próprios para
atrair imigrantes de diferentes
qualificações.
Na França, o Parlamento deu
ontem aprovação final a projeto de Lei de Imigração apresentado pelo governo Sarkozy. O
projeto, que provocou protestos na própria base governista
por prever teste de DNA em
candidatos a viver no país que
alegam parentesco com residentes, precisa ainda passar pelo Conselho Constitucional. O
texto foi aprovado por 282 votos a 235. Quatro deputados da
UMP, partido de Sarkozy, votaram contra e 21 se abstiveram.
Com agências internacionais
e o "Financial Times"
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