São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 2011

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UE aumenta pressão e aprova sanções contra o ditador da Síria

União Europeia veta viagens e congela bens do ditador Bashar Assad e de nove autoridades

País diz que medidas são uma tentativa de desestabilizar o regime e vão afetar também os interesses europeus

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os ministros de Relações Exteriores dos países da União Europeia (UE) decidiram ontem impor sanções ao ditador da Síria, Bashar Assad, e a nove outras autoridades -proibindo-os de viajar aos países do bloco e congelando seus bens na região.
A sanção chega cinco dias depois de medida similar por parte dos EUA e tenta forçar Assad a acabar com a violenta repressão às manifestações pró-democracia -em dois meses 900 foram mortos, segundo ativistas.
A UE já anunciara em maio medidas similares contra 13 assessores do alto escalão de Assad, mas deixou o nome do ditador fora da lista.
Na época, houve pedidos para que o bloco mantivesse um canal de comunicação com Assad e não o isolasse.
Mas, com a continuidade da violência, os ministros europeus decidiram que a escalada da pressão é inevitável.
A chefe de diplomacia da UE, Catherine Ashton, afirmou que a mensagem a Damasco é que "pare com a violência e respeite os direitos humanos". Ashton, contudo, evitou pedir diretamente a renúncia de Assad e disse que cabe ao povo decidir.
O recado dos EUA foi mais duro. Um dia depois de aprovar as sanções, o presidente Barack Obama alertou a Assad para que "lidere a mudança ou saia do caminho".
O regime sírio reagiu dizendo ontem que as sanções são uma tentativa de desestabilizar o país, além de ingerência nos assuntos internos.
O chanceler sírio, Walid Al Moualem, classificou as sanções como um erro e disse que vão afetar também os interesses europeus na Síria.

LÍBIA
No final da noite de ontem (início da manhã na Líbia), aviões da Otan, a aliança militar ocidental, fizeram mais de 20 ataques aéreos à capital, Trípoli, descritos por testemunhas como o bombardeio mais intenso desde o começo da operação militar.
Os alvos incluíram uma área próxima ao complexo de Bab al Aziziya, onde vive o ditador Muammar Gaddafi. Segundo Moussa Ibrahim, porta-voz do governo líbio, o bombardeio atingiu instalações usadas por voluntários do Exército, e pelo menos três pessoas morreram.
Em comunicado, a Otan afirmou que a operação visava um depósito de veículos que vinham sendo usados pelas forças da ditadura líbia em ataques a civis.
Ontem, rumores de que as forças de Gaddafi promovem estupros coletivos durante batalhas contra rebeldes foram confirmados por dois soldados e uma psicóloga.
Sob anonimato, os soldados, de 17 e 21 anos, disseram à rede britânica BBC que foram forçados a estuprar quatro mulheres em Misrata, cidade sob disputa há dois meses. "Fiquei com medo. Mas, quando a gente se recusou, [os outros soldados] nos bateram", contou o mais novo.
Já a psicóloga Siham Sergewa disse à rede CNN que fez uma pesquisa com mais de 50 mil refugiados em acampamentos na fronteira. Nela, 295 mulheres afirmaram ter sido estupradas e culparam as forças de Gaddafi.
Sergewa enviou os questionários ao Tribunal Penal Internacional, que apura essas e outras acusações de estupro coletivo em solo líbio.


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