São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 2011

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Mercado reage mal a suspeita de crise
Bolsas caem mediante sinais de que Espanha e Itália serão próximas a sofrer turbulência financeira na Europa

Perspectiva de piora da avaliação italiana e derrota eleitoral dos socialistas espanhóis alimentam nervosismo

DO "GUARDIAN"
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS


Quedas nas Bolsas de Valores do mundo todo ontem refletiram uma percepção de que outros países da zona do euro, principalmente a Espanha e a Itália, podem ser afetados pela crise da dívida na região.
O mau desempenho dos mercados também foi puxado por rachas entre importantes líderes da União Europeia quanto às medidas contra a crise grega e pela preocupação quanto ao crescimento econômico na região, na China e nos EUA.
O índice FTSE 100, de Londres, caiu 1,9%, enquanto o Dow Jones, em Nova York, caiu 1%. O euro perdeu valor diante do dólar devido à fuga dos investidores que têm posições na moeda europeia.
Um dos motivos para o nervosismo foi a decisão da agência de classificação Standard & Poor's de alertar para o aumento do risco da Itália de não pagar sua crescente dívida.
A agência colocou em perspectiva "negativa" a avaliação do país, o que significa que pode reduzir a nota de risco nos próximos dois anos.
Na Espanha, a derrota do Partido Socialista nas eleições locais e regionais colocou em dúvida o programa de austeridade de Madri. Os custos de captação dos títulos espanhóis de dez anos subiram a 5,6%, a maior taxa desde janeiro.
Economistas afirmam que os novos governos regionais espanhóis podem revelar dívidas até agora não anunciadas e empurrar o país para uma crise similar à grega.
Uma pesquisa entre os grupos industriais e de serviços da zona do euro revelou desaceleração mais séria que a esperada em suas atividades. O boom na Alemanha e, em menor grau, na França e na Holanda parece estar se esgotando.
Os analistas dizem que o quadro sombrio desperta preocupações de que a zona do euro retorne a um período de crescimento baixo ou insignificante, depois do breve surto de alta dos últimos seis meses.

GRÉCIA
A situação política também se agravou devido às disputas entre as autoridades econômicas sobre como responder ao pedido da Grécia por maior flexibilidade no tratamento de suas dívidas.
O primeiro-ministro George Papandreou discutiu novas medidas de emergência para reduzir o deficit público, em um esforço para convencer os líderes europeus de que o país poderá evitar uma reestruturação da dívida.
Entre as medidas, o governo grego prometeu ontem que fará "imediatamente" uma série de privatizações para arrecadar 50 bilhões, que incluiriam a participação do governo no grupo QTE de telecomunicações, no Postbank, nos portos de Salônica e Atenas e na companhia de água de Salônica.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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