São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 2011

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ONDA DE REVOLTAS

França e Itália terão militares na Líbia

Seguindo exemplo dos britânicos, países anunciam envio de agentes em solo para apoiar e treinar rebeldes

Chanceler de Gaddafi fala pela primeira vez na possibilidade de um acordo que envolva a saída dele do poder

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

França e Itália anunciaram ontem o envio de "conselheiros militares" para apoiar a insurgência na Líbia, numa decisão que reverte o compromisso anterior de não pisar em território líbio. O Reino Unido já havia anunciado decisão semelhante anteontem.
Os preparativos para a invasão coincidiram com o primeiro relato de que o regime líbio estaria disposto a negociar a renúncia do ditador Muammar Gaddafi.
Em entrevista à emissora BBC, o chanceler Abdelati Obeidi sugeriu que eleições sob supervisão da ONU poderiam ocorrer num prazo de seis meses, desde que os bombardeios da coalizão fossem suspensos.
O ministro disse que o governo está disposto a avaliar "o futuro de Gaddafi como líder", contrastando com a posição inicial do regime, que até então descartava uma saída do ditador para pôr fim a dois meses de combates.
A escalada do conflito parece consolidar-se com a decisão de vários membros da Otan (aliança militar ocidental) de estender a sua participação na guerra para a frente terrestre, contrariando a resolução 1973, que ampara legalmente os ataques.
O texto diz que as Nações Unidas autorizam apenas bombardeios para "proteger populações civis" e descarta a presença de militares estrangeiros em solo líbio "sob qualquer forma".
Primeiro país a reconhecer oficialmente o governo rebelde de Benghazi e a atacar alvos de Gaddafi, a França enviará dez agentes para apoiar os insurgentes.
"Nós vamos ajudar vocês", disse ontem o presidente Nicolas Sarkozy ao receber em Paris o líder rebelde Mustafá Abdel Jalil. Sarkozy defendeu a intensificação dos bombardeios da Otan.
A Itália também despachará dez "conselheiros", sem especificar o que farão nem quanto tempo ficarão.
Paris e Roma negaram violação da resolução 1973 alegando que os militares não participarão de combates.
Também são citadas razões humanitárias, sobretudo no bastião rebelde de Misrata, cercado por forças de Gaddafi. Teme-se um massacre nos próximos dias.
Relutantes em enviar militares em terra, os EUA prometeram ontem um pacote de US$ 25 milhões para ajudar os rebeldes. O valor inclui munição e fardas militares.
A Líbia advertiu que ampliar o apoio aos rebeldes prolongará o conflito.


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