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Na posse, Cristina chora e fala de Néstor Reeleita, presidente argentina quebra protocolo ao pedir ao marido morto que cobre cumprimento de seu dever Cristina discursou sobre direitos humanos e falou de uma nova Argentina, reerguida após a crise de 2001 SYLVIA COLOMBODE BUENOS AIRES A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, chorou ontem ao tomar posse de seu segundo mandato em uma cerimônia realizada no Congresso, em Buenos Aires. Emocionada, Cristina prestou juramento "por Deus, a Pátria e os Santos Evangelhos" e disse que, se não cumprisse seu dever, "que Deus, a Pátria e 'ele'" deveriam cobra-la -referência a seu marido e antecessor Néstor Kirchner, morto em 2010. Vestida de preto e com lágrimas nos olhos, disse: "Assim como vocês imaginam, hoje não é um dia fácil para esta presidenta. Apesar da alegria e da contundência do voto popular, falta algo e falta alguém", disse. O vice-presidente, Julio Cobos (UCR), com quem está rompida, esteve presente, mas Cristina recebeu a faixa das mãos da filha, Florencia. A militância juvenil ocupava ruidosamente a praça diante do Congresso. Em seu discurso, Cristina deu ênfase à questão dos direitos humanos -o julgamento de militares envolvidos na repressão da ditadura (1976-1983) foi uma das bandeiras de seu governo. Cristina comparou a trajetória da presidente Dilma Rousseff com a de uma militante que morreu em La Plata, para falar das lutas de sua geração durante os anos 70. Mencionou a foto divulgada no Brasil na semana retrasada da brasileira prestando depoimento a militares durante a ditadura. Com relação à economia, disse que o país é hoje uma "nova Argentina", referindo-se ao reerguimento do país após a crise de 2001 e ao reestruturamento da dívida. Disse ainda que não governa para as empresas e sim para "40 milhões de argentinos". Também anunciou mudanças na Secretaria de Comércio Exterior, comandada por Guillermo Moreno, que atuará junto ao ministério de Economia. Hoje dedica-se a controlar as exportações e o Indec (IBGE argentino), que maquia os dados da inflação. Também foi dura com relação aos sindicatos, pedindo "responsabilidade" em suas reivindicações: "Há direito à greve, mas não a chantagem e a extorsão." E deu uma alfinetada no Juan Perón (1895-1974), ícone de seu partido. "Com Perón, não havia direito de greve, conosco sim". Dilma se reuniu pela manhã com o presidente Porfírio Lobo, com quem acertou uma colaboração para a implementação em Honduras de programas sociais. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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