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Google investe em projetos alternativos
Tubulação para transporte de energia e software para direção de automóveis são alguns dos novos negócios
Para especialistas, atividades são positivas para a imagem da empresa, mas é difícil que se tornem viáveis
CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO
Com faturamento anual de
mais de US$ 20 bilhões, nenhuma dívida de longo prazo
e graúdos US$ 33 bilhões em
caixa, o Google vive um desafio que a maioria das empresas do mundo provavelmente gostaria de ter: decidir em
quais projetos deve alocar os
recursos sobressalentes.
Desde a criação da empresa, em 1998, a maior parte
das receitas vem de publicidade relacionada ao seu sistema de busca. No terceiro
trimestre, 96% do faturamento de US$ 7,3 bilhões
veio desse segmento.
Nas últimas semanas, porém, a empresa deu sinais de
que está disposta a investir
em projetos alternativos.
A iniciativa mais expressiva foi o anúncio de participação no projeto Atlantic Wind
Power, que prevê a construção de cerca de 560 quilômetros de dutos submarinos capazes de canalizar 6.000 megawatts de energia eólica gerada por turbinas no mar.
"Estamos dispostos a correr riscos calculados em
ideias iniciais e projetos que
tenham impactos expressivos", escreveu, no blog da
empresa, Rick Needham, diretor de operações de negócios verdes do Google.
Ao lado do projeto eólico,
o Google também anunciou
sua participação em testes de
carros sem motoristas, em
que tecnologias de inteligência artificial combinadas
com câmeras de vídeo, sensores, radares e lasers permitiriam que os veículos fossem
pilotados automaticamente.
O objetivo da iniciativa,
que está sendo conduzida
com especialistas das universidades americanas de
Standford e Carnegie Mellon,
seria diminuir as mortes no
trânsito e permitir que os motoristas utilizem o tempo da
viagem de carro para atividades mais produtivas.
O Google também está empenhado em oferecer US$ 30
milhões para quem projetar
um robô capaz de aterrissar
na Lua e enviar imagens de
volta para a Terra. Também
há o projeto Google Fiber, capaz de conectar cidades com
redes de internet de altíssima
velocidade (1 gigabyte por segundo).
IMPACTO CORPORATIVO
Os investimentos em negócios alternativos fazem
parte da cultura do Google,
mas, entre os especialistas, a
percepção é que são pequenas as chances de que esses
negócios venham a ser relevantes. Estima-se que os projetos alternativos tenham
consumido US$ 1 bilhão.
"O Google é a companhia
com melhor capacidade de
formar opinião pública. Os
negócios alternativos tendem a gerar boas impressões
sobre a empresa", diz Gene
Munster, analista da consultoria americana Piper Jaffray.
Alguns dos projetos, porém, são tidos como complementares. Desenvolvendo
fontes alternativas e mais baratas de energia, o Google poderia reduzir custos com os
centros onde estão instalados os servidores.
Muitos investidores temem que os recursos e atenção destinados fora da área
de buscas desviem o foco dos
negócios. Mas, segundo os
especialistas, não há razão
para preocupação.
Anúncios no YouTube e
negócios móveis, com o sistema operacional Android, para celular, têm maiores perspectivas de retorno -US$ 3,5
bilhões ao ano- e devem ser
o real foco da companhia.
Enquanto isso, o Google
busca experiência na gestão
dos ativos com sua própria
mesa de operações financeiras, criada em janeiro.
"O Google poderá utilizar
o conhecimento gerado para
criar um próprio serviço financeiro para concorrer com
o Yahoo Finance e destinado
a investidores agressivos",
diz Rob Enderle, da consultoria Enderle Group.
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