São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 2011

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Tablet brasileiro projeta vendas de R$ 40 mi no ano

Fabricante MXT quer vender 300 mil unidades para mercado corporativo

Aparelho nacional tem tela sensível ao toque de 7 polegadas, memória de 512 MB e deve custar cerca de R$ 2.000

Washington Alves-17.fev.11/Valor
Etienne Guerra, que é diretor executivo da mineira MXT

CAMILA FUSCO
DE SÃO PAULO

Na esteira da popularidade do iPad, a fabricante brasileira MXT -uma das primeiras empresas nacionais a desenvolver projetos de tablets- espera vender até R$ 40 milhões em equipamentos destinados ao setor corporativo neste ano.
A companhia, sediada em Minas Gerais, mantém fábrica com capacidade produtiva de até 25 mil tablets por mês e acredita que a demanda de empresas nacionais chegue a 300 mil por ano.
Os clientes em potencial são órgãos do governo ou empresas que tenham necessidade de um equipamento rastreável capaz de transmitir informações em tempo real. O primeiro contrato, com a Polícia Militar de São Paulo, prevê o fornecimento de 11 mil tablets no ano.
"Dos R$ 100 milhões em faturamento que projetamos para 2011, os tablets já devem representar 40%. É um mercado em expansão", afirma Etiene Guerra, diretor-executivo da empresa.
O projeto do tablet nacional começou há pouco mais de um ano e meio e não nasceu exatamente como um concorrente para o iPad. O projeto foi adaptado a partir de uma espécie de computador automotivo para gestão de frotas, negócio principal da MXT Holding atualmente.
A empresa fabrica o i-MXT, aparelho com tela sensível ao toque de 7 polegadas, memória de 512 MB, expansível a 32 GB, duas câmeras e sistema Android, além de receptor de TV digital e GPS.
O aparelho deve ter venda restrita ao setor corporativo, por meio de parceiros locais, e deve custar cerca de R$ 2.000, embora seu custo possa variar dependendo da configuração desejada.
De acordo com Guerra, diferentemente das demais fabricantes nacionais, a MXT não importa o projeto pronto do tablet, mas cria seus próprios projetos e desenhos de circuito interno.
A companhia mineira tem escritórios em Taiwan, Hong Kong e Pequim, onde possui um escritório para desenhar os circuitos dos aparelhos que fabrica.
"Vamos direto no fornecedor de chipset e embarcamos diretamente no circuito. Isso permite personalizar o projeto para diferentes empresas."

BENEFÍCIO FISCAL
Assim como outros fabricantes brasileiros candidatos à produção de tablets, como a Positivo, a MXT aguarda a definição do governo nacional sobre a classificação dos equipamentos.
Conforme sinalizou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, há a possibilidade de os tablets fabricados no Brasil serem enquadrados nos benefícios fiscais hoje aplicados a notebooks e desktops, como a isenção de cobrança de PIS e Cofins.
A definição deverá acontecer em até 60 dias. No ano passado, o mercado brasileiro consumiu cerca de 100 mil tablets, segundo a consultoria IDC. Desse total, os iPads importados legalmente chegaram a 64 mil.


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