São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 2011 |
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CRÍTICA RESTAURANTE PianoPiano lembra um "ristorante italiano" Cozinha clássica traz massas como ravióli de queijo de cabra com tomate JOSIMAR MELO CRÍTICO DA FOLHA Se a Itália tem uma tradição de cozinha familiar, e de restaurantes que a representam não somente na culinária mas também como negócio, o PianoPiano é um bom membro desta corrente. São vários planos de história de família que se entrelaçam nesta casa tocada estreitamente pelo seu dono (também chef) com a ajuda da mulher (que é a confeiteira). O chef vem de uma família de origem italiana, em que as mulheres cozinhavam e tinham às voltas o garoto fascinado por essa arte: desde pequeno Felipe Cilli, 35, decidiu que seria cozinheiro. Antes disso trabalhou no açougue do pai, e, aos 18 anos, seguiu para a Itália. Num restaurante no Piemonte, passou por todas as funções, até ser chef. Mais tarde, de volta ao Brasil, trabalhou em várias casas, entre as quais a Cantina do Piero Il Vero. Aí entrou em cena outra família da gastronomia, a de Piero Grandi; e ali Cilli conheceu sua mulher, a patissière Danyiela Grandi, neta do Piero. E com ela começou mais uma família e outro restaurante, o Familia Grandi Osteria, do qual saíram para finalmente montar o PianoPiano. O lugar tem mais cara de "ristorante italiano" do que de cantina típica paulistana. É agradavelmente rústico, um salão pequeno com balcão de antepastos, frios pendurados e produtos dispostos em prateleiras. A presença do chef é permanente, fazendo sugestões e correndo para a cozinha para executá-las. Ele afirma ser um conservador, procurando servir uma cozinha italiana o mais próxima do original que conheceu. Também busca um lado artesanal, fazendo na casa o máximo possível, das massas aos doces. Até a mortadela servida como antepasto leva a sua mão -ele a compra inteira e, ainda fechada, a deixa maturando, até que fique mais densa e saborosa. O destaque do menu, que é conciso, são as massas. Entre as caseiras e mais autorais, Cilli prepara um delicado ravióli de queijo de cabra ao molho de tomate; em uma outra versão, o recheio combina carne com mostarda de Cremona, que agrega uma doçura suave (só o molho branco, espesso, parece ter sido engrossado à força). Entre as carnes, é bem fragrante o ossobuco com um belo risoto de açafrão. Já a bisteca à Fiorentina poderia ser menos salgada e mais vermelha (como o próprio chef recomenda); e o bacalhau (com farofa de pão e pimenta), melhor dessalgado, mais tenro. O salmão também incorre no pecado do sal, mas vem com um gostoso acompanhamento de funcho grelhado e laranja. Na sobremesa, sugestões como o tiramisù feito com mascarpone (fica com um pouco de líquido no fundo, como se descongelado) e a clássica pastiera di grano. josimar@basilico.com.br PIANO PIANO ENDEREÇO av. Moema, 56, Moema, tel. 0/xx/11/5051-3053 FUNCIONAMENTO ter. a sex., das 12h às 15h e das 19h à 0h; sáb., das 12h às 16h e das 19h à 0h; dom., das 12h às 16h AMBIENTE rústico, com uma gostosa varanda SERVIÇO correto, com o olhar vigilante do dono VINHOS carta enxuta, com alguma variedade de italianos, além dos esperados latino-americanos CARTÕES A, D, M e V PREÇOS entradas, de R$ 10 a R$ 22; pratos, de R$ 25 a R$ 58; sobremesas, de R$ 5 a R$ 12 Texto Anterior: Nina Horta: Altar na moda Próximo Texto: Vinhos - Jorge Carrara: Adega chilena chega aos 140 anos com portfólio consistente Índice | Comunicar Erros |
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