São Paulo, segunda-feira, 15 de agosto de 2011

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Nova geração se une por afinidade estética e política

Músicos se queixam da escassez de lugares para tocar e reclamam da falta de envolvimento do poder municipal

Diego Schissi, um dos 'gurus' do novo movimento, faz dois shows em São Paulo com o seu quinteto

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A meta de Cabrera, o líder do Ciudad Baigón, é empreender a mesma busca artística que impulsionou o trabalho de grandes nomes do tango, como Horacio Salgán, 95, Osvaldo Pugliese (1905-1995) ou Astor Piazzolla (1921-1992). São eles os mais admirados por esta geração.
As colaborações entre os grupos são frequentes. Assim, a Otag interpreta composições próprias mas também faz arranjos para obras de Fernando Otero, vencedor do Grammy Latino de música clássica no ano passado.
"As mutações que devem ocorrer sobre um gênero popular como o tango (que espelha o estado de espírito de parte da sociedade) teriam de responder mais a um fenômeno cultural e social do que a um fenômeno comercial", considera Cabrera.
Com este fim, o Ciudad Baigón começou a tocar todos os domingos no bairro de San Telmo, em Buenos Aires. Segundo Cabrera, graças à divulgação de rua, em quatro anos o grupo conseguiu gravar dois discos (que já venderam 14 mil cópias) e fazer quatro turnês pela Europa.
Um dos "gurus" desse ressurgimento do tango é Diego Schissi, 42, líder de um quinteto que leva seu nome, criado há dois anos, e um dos idealizadores do ciclo Tango Contempo (tangocontempo.com.ar), QG de autores identificados com essa proposta.
"Tango Contempo nasce da necessidade de materializar um projeto em um contexto onde não havia lugares naturais para tocar nossa música", diz Schissi, compositor e pianista, escolado em jazz.
O mais recente CD do músico, "Tongo", resume em uma palavra o que seu quinteto deseja expressar: "tangos improváveis", como esclarece o subtítulo do álbum.
Apesar de o objetivo desses arautos da renovação ser "sintetizar o que está sendo produzido de qualidade", segundo Guerrero, trata-se de um fenômeno abandonado pelo poder público.
"A gestão de Buenos Aires é nefasta com os artistas. Mauricio Macri [o recém-reeleito prefeito] fecha os lugares onde podemos tocar e diz sim à comercialização da música. Os turistas são enganados em espetáculos horrorosos. Não há uma política cultural para nada e menos ainda direcionada ao desenvolvimento do tango", afirma Guerrero. (DENISE MOTA)

DIEGO SCHISSI
QUANDO 30/9 e 1º/10
ONDE Auditório Ibirapuera
(av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, tel. 0/xx/11/3629-1075)
QUANTO não informados
CLASSIFICAÇÃO não informada



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