São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2011

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Gramado anuncia hoje seus ganhadores

GABRIELA LONGMAN
ENVIADA ESPECIAL A GRAMADO

O Festival de Cinema de Gramado termina hoje sua 39ª edição. Para 2012, planeja a construção de um museu contando sua história, mas talvez precise também rever seus rumos.
A exibição de "O Carteiro", de Reginaldo Faria, anteontem à noite, veio reforçar a impressão dominante desde os primeiros dias: a superioridade da seleção de longas latinos em relação à de longas brasileiros.
Antes do filme, Faria fez seu discurso de diretor, após 27 anos de intervalo, em torno do bordão "falem mal, mas falem de mim", como se antevisse que o longa, que não foge aos clichês da linguagem televisiva, faria os críticos torcerem o nariz.
Após a exibição, membros do júri popular comentavam a dificuldade de escolher os vencedores dos Kikitos nacionais, a serem anunciados na noite de hoje.
"Não dá para acumular para o ano que vem?", brincava um membro do júri popular, formado com representantes de nove Estados do país. "Riscado", de Gustavo Pizzi, e "Uma Longa Viagem", de Lúcia Murat, são os filmes cotados ao prêmio de melhor longa nacional.

POR UM LUGAR AO SOL
No início do anos 90, com a produção brasileira em decadência, Gramado foi impulsionado a se tornar um festival latino-americano. Quando a produção nacional voltou a crescer, o evento teve dificuldade em se reeestruturar.
Com sessões caras -ingressos para ver os longas em competição vão de R$ 50 a R$ 130- e muitos convidados ausentes, a lotação do Teatro dos Festivais (mil lugares) neste ano dificilmente passou da metade.
Motoristas de táxi e comerciantes reclamam do movimento, fraco em relação a anos anteriores. Os longas latinos, justamente o melhor do festival, tiveram sessões bastante esvaziadas. A exibição de três longas em DVD agravou o constrangimento.
O modelo contrasta com o de outros festivais importantes do país (Paulínia, Cine Ceará ou Festival de Brasília, que têm entrada franca ou a R$ 6).
"Paulínia não tem glamour, não tem tapete vermelho", disse à Folha o presidente do Festival de Gramado, Alemir Colleto. Há seis anos à frente do evento, ele diz que Gramado é "indubitavelmente o maior de todos os festivais" e que vende ingresso "apenas para cobrir a locação do cinema".
Um terço do orçamento de R$ 3,5 milhões é obtido com recursos incentivados, via Lei Rouanet.

PARCERIA COM VENEZA
Colleto disse ainda que quer fechar este ano uma parceria com o Festival de Veneza. Seu projeto é que no ano que vem o filme laureado em Veneza seja exibido na abertura da mostra de Gramado, fora da competição.

A jornalista GABRIELA LONGMAN viajou a convite do 39º Festival de Cinema de Gramado


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