São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2008

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Última Moda

ALCINO LEITE NETO - ultima.moda@folha.com.br

Templos da moda

Presidente da loja de departamentos Printemps, Maurizio Borletti participa em SP do evento Fashion Marketing

A loja de departamentos Printemps, em Paris, foi criada em 1865. Seria hoje um comércio vetusto e antiquado, se não tivesse passado por uma completa repaginação nos últimos anos, sob a batuta do empresário italiano Maurizio Borletti, que a adquiriu junto com o Deutsch Bank em 2006.
A Printemps ficou menos careta e mais antenada e voltou a ser uma visita obrigatória para os fashionistas. A ancestral La Rinascente, em Milão, também sob o comando de Borletti, vive atualmente o mesmo processo.
"Os consumidores estão voltando às lojas de departamento porque hoje se interessam pela experiência e pelo prazer da compra, e não apenas pelo produto", diz Borletti, 40, que virá a São Paulo na próxima semana para participar do seminário Fashion Marketing, organizado pela consultora de moda Gloria Kalil.
A seguir, ele conta que o número de consumidores brasileiros na Printemps cresceu 50% nos últimos quatro anos.

 

FOLHA - Sobre o que o sr. vai falar em sua palestra em São Paulo?
MAURIZIO BORLETTI -
Devo falar sobre o que há de novo nas lojas de departamento, que vivem agora uma fase de renascimento. Elas estavam um pouco adormecidas. Vou explicar por que decidiram acordar.

FOLHA - E por quê?
BORLETTI -
Porque elas estão retomando o seu sentido original, o motivo por que foram criadas no século 19, como catedrais do comércio, feitas para impressionar, com sua arquitetura e a qualidade dos produtos. Os consumidores estão voltando às lojas de departamento porque hoje eles se interessam pela experiência e pelo prazer da compra, e não apenas pelo produto. Se você só quer comprar, pode fazê-lo na internet, onde há uma infinidade de coisas.

FOLHA - No Brasil, os consumidores parecem preferir os shoppings...
BORLETTI -
Sim, mas são experiências muito diferentes. Num shopping, você tem uma multidão de marcas, em diferentes espaços. Numa loja de departamento, as marcas convivem no mesmo ambiente. O talento de uma loja de departamentos consiste em selecionar e editar os melhores produtos.

FOLHA - Qual é a diferença entre o mercado brasileiro e o chinês?
BORLETTI -
A principal é que os consumidores brasileiros têm uma cultura das marcas que, às vezes, vem de gerações. Na China, esta é a primeira geração que se depara com o luxo.

FOLHA - Mas as grifes internacionais têm ido em maior número para a China do que vêm para o Brasil.
BORLETTI -
Sim, por vários motivos, como o regime de importação muito restritivo do Brasil, o imenso número de consumidores potenciais na China e a expectativa de que este país repita a experiência japonesa, onde as marcas de luxo tiveram um mercado excepcional. Mas os brasileiros também estão se tornando importantes. Na Printemps, o número de compradores brasileiros cresceu 50% nos últimos quatro anos.


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