|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Última Moda
ALCINO LEITE NETO - ultima.moda@folha.com.br
Templos da moda
Presidente da loja de departamentos Printemps, Maurizio Borletti participa em SP do evento Fashion Marketing
A loja de departamentos
Printemps, em Paris, foi criada
em 1865. Seria hoje um comércio vetusto e antiquado, se não
tivesse passado por uma completa repaginação nos últimos
anos, sob a batuta do empresário italiano Maurizio Borletti,
que a adquiriu junto com o
Deutsch Bank em 2006.
A Printemps ficou menos careta e mais antenada e voltou a
ser uma visita obrigatória para
os fashionistas. A ancestral La
Rinascente, em Milão, também
sob o comando de Borletti, vive
atualmente o mesmo processo.
"Os consumidores estão voltando às lojas de departamento
porque hoje se interessam pela
experiência e pelo prazer da
compra, e não apenas pelo produto", diz Borletti, 40, que virá
a São Paulo na próxima semana
para participar do seminário
Fashion Marketing, organizado pela consultora de moda
Gloria Kalil.
A seguir, ele conta que o número de consumidores brasileiros na Printemps cresceu
50% nos últimos quatro anos.
FOLHA - Sobre o que o sr. vai falar
em sua palestra em São Paulo?
MAURIZIO BORLETTI - Devo falar
sobre o que há de novo nas lojas
de departamento, que vivem
agora uma fase de renascimento. Elas estavam um pouco
adormecidas. Vou explicar por
que decidiram acordar.
FOLHA - E por quê?
BORLETTI - Porque elas estão retomando o seu sentido original,
o motivo por que foram criadas
no século 19, como catedrais do
comércio, feitas para impressionar, com sua arquitetura e a
qualidade dos produtos. Os
consumidores estão voltando
às lojas de departamento porque hoje eles se interessam pela experiência e pelo prazer da
compra, e não apenas pelo produto. Se você só quer comprar,
pode fazê-lo na internet, onde
há uma infinidade de coisas.
FOLHA - No Brasil, os consumidores
parecem preferir os shoppings...
BORLETTI - Sim, mas são experiências muito diferentes. Num
shopping, você tem uma multidão de marcas, em diferentes
espaços. Numa loja de departamento, as marcas convivem no
mesmo ambiente. O talento de
uma loja de departamentos
consiste em selecionar e editar
os melhores produtos.
FOLHA - Qual é a diferença entre o
mercado brasileiro e o chinês?
BORLETTI - A principal é que os
consumidores brasileiros têm
uma cultura das marcas que, às
vezes, vem de gerações. Na China, esta é a primeira geração
que se depara com o luxo.
FOLHA - Mas as grifes internacionais têm ido em maior número para
a China do que vêm para o Brasil.
BORLETTI - Sim, por vários motivos, como o regime de importação muito restritivo do Brasil, o
imenso número de consumidores potenciais na China e a expectativa de que este país repita
a experiência japonesa, onde as
marcas de luxo tiveram um
mercado excepcional. Mas os
brasileiros também estão se
tornando importantes. Na
Printemps, o número de compradores brasileiros cresceu
50% nos últimos quatro anos.
Texto Anterior: Teatro: Atriz Eva todor ganha publicação Próximo Texto: Zegna inaugura loja e fala em seminário Índice
|