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"Triste Fim..." é o próximo volume da "Coleção Folha"
Livro do escritor Lima Barreto, "Triste Fim de Policarpo Quaresma" estará à venda nas bancas no próximo domingo
Obra narra a história do nacionalista Quaresma, cujo objetivo é transformar
a agricultura, a cultura e a política brasileira
DA REPORTAGEM LOCAL
Principal romance do escritor Lima Barreto (1881-1922),
"Triste Fim de Policarpo Quaresma", oitavo volume da "Coleção Folha Grandes Escritores", é uma crítica virulenta aos
costumes da pequena burguesia, aos burocratas empedernidos, à hipocrisia da ideologia
oficial e à oligarquia que se sagrou no poder durante a República Velha.
As mazelas da sociedade brasileira são entrevistas por meio
da história do major Quaresma,
que, munido de convicções nacionalistas, procura reformar a
cultura, a agricultura e a política. Equivocado em vários pontos, cego às nuances da máquina estatal, o personagem não
percebe o trágico desenlace que
se arma contra suas sinceras
reivindicações.
Por suas atitudes sonhadoras, Quaresma é comparado a
Dom Quixote, herói de Miguel
de Cervantes. Como observou o
crítico Oliveira Sobrinho: "Ambos são otimistas incuráveis,
porque acreditam que os males
sociais e sofrimentos humanos
podem ser curados pela mais
simples e ao mesmo tempo
mais difícil das terapêuticas,
que é a aplicação da justiça da
qual um e outro se arvoraram
paladinos".
Dividido em três partes, o romance acompanha a trajetória
do protagonista como funcionário público, sua malograda
tentativa de tornar-se proprietário rural (derrotada pelas
saúvas) e sua participação no
episódio da Revolta da Armada,
na condição de defensor do
presidente, o marechal Floriano Peixoto.
De origem humilde, Lima
Barreto foi pequeno funcionário e jornalista. Publicou artigos e ficção em jornais, inclusive "Triste Fim..." (lançado em
folhetins, no "Jornal do Commercio", em 1911; o volume em
livro sairia quatro anos depois).
Nem o autor obteve sucesso,
nem sua voz, o crédito merecido na conservadora sociedade
do início do século 20.
Dado a crises de depressão,
alcoólatra, Barreto internou-se
duas vezes no Hospício Nacional. Morreu de colapso cardíaco, com apenas 41 anos. Tradicionalmente associado ao período literário do pré-modernismo, o autor procura plasmar
a realidade por meio de uma
prosa mais espontânea, afim à
crônica. É, nesse aspecto, precursor de escritores modernos
como Marques Rebelo e Erico
Verissimo.
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