Novo disco da dupla brasileira traz 14 faixas marcadas por baterias eletrônicas e sintetizadores oitentistas

Já lançado nos EUA, Europa e Japão, o décimo álbum do duo ainda não tem previsão de chegada ao Brasil

FABIO RIGOBELO
DO GUIA DA FOLHA

"Punk funk mutante tropical" é o termo usado pelo músico Bruno Verner para definir a sonoridade do novo disco do Tetine, "From a Forest Near You". "O disco não deixa de ser pós-punk, que é de onde viemos, mas traz também uma carga tropical inerente", afirma o produtor e músico Verner.
Criado sob o esquema "faça você mesmo" que sempre marcou o trabalho da dupla -formada por Bruno e sua mulher, a vocalista Eliete Mejorado-, o disco é um retorno às origens do duo eletrônico-experimental, radicado em Londres há mais de dez anos.
Depois de três CDs diretamente inspirados no funk carioca mais desbocado, de nomes como Tati Quebra-Barraco e Deise Tigrona, a dupla volta a investir em composições climáticas e dançantes, com linhas de baixo marcadas e "beats" oitentistas. "Mas, uma vez Flamengo, sempre Flamengo", brinca Eliete, sobre a relação com o funk do Rio de Janeiro.
A faixa-título, a primeira do disco, tem a voz envolvente de Bruno amparada por um baixo retrô, e prepara o ouvinte para dançar com a música seguinte, "Shiva", na qual Eliete é quem solta a voz, maliciosa. No MySpace da dupla (myspace.com/tetine) dá para ver os videoclipes das duas canções.
É difícil ouvir essas composições dançantes e sarcásticas sem lembrar do Cansei de Ser Sexy, outra banda brasileira que optou por fazer músicas em inglês e sem instrumentos como pandeiro e cavaquinho.
No lugar deles, o novo álbum dos "tiozinhos" Tetine traz sintetizadores, "cowbells" (instrumento de percussão) e bongôs, além do trio guitarra-baixo-bateria. "Tem muita bateria eletrônica, mas também é um disco com muito suíngue, bem rítmico", revela Bruno.
Lançado nos Estados Unidos, Europa e Japão, o décimo trabalho de estúdio da dupla ainda não tem previsão de chegada ao Brasil. Já o Tetine pode vir ao país em junho, para participar de um projeto de arte, trazendo Yoko a tiracolo, a primeira filha do casal.