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ENGENHARIA
Engenharia tem quase cem tipos diferentes de cursos
Em geral integrais, graduações são exigentes e têm cinco anos de duração
RAFAEL SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A área de engenharia, que está entre as carreiras mais cobiçadas das universidades, é
composta por um leque de 93
especialidades que vão da pesca
até a engenharia aeronáutica,
segundo o Confea (conselho federal de engenharia).
Apesar de serem tão diferentes entre si, todas têm uma característica em comum, afirmam diretores de curso: formam profissionais treinados
para planejar e resolver problemas usando matemática e física
-o que, na linguagem da área, é
chamado de "modelar".
"Para projetar um prédio, um
engenheiro civil cria modelos
matemáticos. Um princípio parecido é usado pelo engenheiro
agrônomo para planejar áreas
de irrigação, e assim por diante", afirma Jorge Stolfi, professor de engenharia de computação da Unicamp.
Na opinião do presidente do
Instituto de Engenharia, Edemar de Souza Amorim, uma
formação ampla, com conhecimentos inclusive em línguas, é
mais importante do que ter conhecimentos específicos. "Sem
conhecimento sólido, o profissional não avança na carreira."
Outros especialistas concordam. "A engenharia exige comunicação e trabalho em equipe. Ser apenas um "fera" em matemática é ruim", diz o vice-diretor da Escola Politécnica da
USP, José Roberto Cardoso.
Os candidatos a uma vaga em
engenharia podem se preparar:
os cursos em geral são integrais
e com carga horária exigente.
"Já é impossível ensinar tudo
o que o engenheiro precisa em
cinco anos, período de duração
dos cursos. Uma faculdade que
ministre menos [tempo] do que
isso não é boa", ressalta Ivan
Falleiros, diretor da Poli-USP.
Para conferir se uma escola
de engenharia tem qualidade,
Falleiros sugere aos estudantes
que procurem tanto conhecer
as condições dos laboratórios
quanto os locais onde estão trabalhando os recém-formados.
Pedro Myaki, 25, aluno do
sexto ano de engenharia naval
na Poli-USP, orgulha-se de seu
curso. "Aqui tem ótimos professores e bons laboratórios",
diz ele, que já trabalhou com dimensionamento de barcos e
plataformas petrolíferas.
"Tenho amigos que a toda
hora estão indo trabalhar fora.
Há grande demanda por profissionais (leia mais na pág. 4)."
Na Unicamp, um dos cursos
de maior destaque é o de engenharia de computação. Os alunos têm aulas de desenvolvimento de software, produção
gráfica, uso de inteligência artificial e outras disciplinas.
"O nosso diferencial é a qualidade do corpo docente e dos
alunos. É um time de primeira,
que poderia criar algo tão bom
quanto o Google", diz Stolfi.
Por ser a mais tradicional escola de engenharia do país, a
Poli-USP atrai muitos alunos
de fora do Estado de São Paulo.
Um exemplo é Fabrizia Melo,
18, do segundo ano de engenharia de produção, que veio de Teresina (PI). "Várias portas se
abriram para mim depois daqui."
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