São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2008

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02 NEURÔNIO

>> Jô Hallack >>Nina Lemos >> Raq Affonso

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Vários tipos de aposta

NOS ÚLTIMOS TEMPOS , a única crise da bolsa pela qual passamos foi a que ficamos quando vamos escolher um modelo pra sair. Uma pequena, estilosa, uma grandona, que cabe tudo, ou quem sabe uma mochila. Não que sejamos desinformadas, mas realmente não apostamos em ações. Além de não termos dinheiro, somos contra o capitalismo selvagem. Passamos boa parte da vida falando mal do sistema e cantando que até o Papai Noel era um porco capitalista. E essas coisas deixam marcas (ainda bem). Preferimos apostar em:

1) Amigos novos
Investimento sem garantia de retorno. Você vai, abre a sua casa e a sua vida para um completo desconhecido só porque vocês gostam de uma banda em comum e ele disse alguma frase realmente hilariante. Em pouco tempo, você descobre que ele não era tão seu amigo assim. Mas continuaremos fazendo esse tipo de investimento. Pois, graças a toda energia aplicada, temos amigos incríveis. E a maioria ficou amigo assim, do nada.

2) Pretês
É claro, um investimento que nunca acaba e é para o resto da vida. Apostamos pesado quando estamos namorando, são meses ou anos de DRs e expectativas. E também quando estamos solteiras, aí fazemos investimentos variados. Arriscadíssimos. Mas vale a pena. É óbvio.

3) Em novas bandas
E dá-lhe shows de rock de bandas que ninguém conhece, com nomes sinistros, como "Devotos de Krishna". Nós nos apegamos loucamente a uma banda e saímos escrevendo sobre ela em todos os lugares e alugando os nossos amigos com a frase: "Você precisa ouvir essa música". O pior: as bandas adotadas pelas três colunistas dificilmente coincidem, e por isso as outras são arrastadas para shows contra a vontade, na base da chantagem. Se temos retorno? Sempre. Ou vocês acham que a gente se mantém jovem porque faz plástica? Também temos retorno emocional quando alguma de nossas bandas é convidada para o Tim (ei, Tatá!).

4) Em nós mesmas
Pode parecer bobagem e dica de auto-ajuda, mas vale muito mesmo investir em si próprio. Se a gente nunca tivesse apostado na gente, nunca teria feito um fanzine e decidido vendê-lo por um real. E o 02 Neurônio não existiria, o que seria realmente horrível (pelo menos para a gente).

5) Em jovens estilistas
Quantas roupas não resistiram nem a uma lavagem? Quantas ficaram tortas? Muitas. Mas podemos dizer que é só um jeito desestruturado da roupa ou que somos portadoras de modelos vintage de estilistas que hoje são famosos. Serve para alguma coisa? Sim. Para a gente ser xingada de moderna.

Momento de histeria

Mais vale apostar em gente


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