EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM

Uma polêmica em torno de supostas irregularidades na escala da árbitros da competição de boxe da Olimpíada resultou na suspensão de um dos vice-presidentes da Associação Internacional de Boxe Amador.
O romeno Rudel Obreja, vice-presidente técnico da Aiba, denunciou ontem ""grave caso de corrupção dentro do boxe amador". ""Há mais de 22 casos em que as atas que designavam os jurados dos combates foram alteradas", apontou Obreja.
""A comissão de ética da Aiba diz que investigará as denúncias, mas estou convencido de que nada fará, por isso quis trazer isso a público, apesar de saber que esta é a última vez que poderei me dirigir a vocês [jornalistas] desta forma livre e democrática", continuou ele.
A Aiba diz que a troca de jurados é um mecanismo para proteger a lisura dos combates, impedindo que árbitros de países vizinhos ou da mesma região dos lutadores atuem.
Segundo a Aiba, o Comitê Olímpico Internacional tem conhecimento dessa prática, que teria sido fundamental para a inclusão do boxe feminino nos Jogos de Londres-2012.
Obreja foi suspenso por dois dias, como medida disciplinar.
O taiwanês Wu Ching-kuo se tornou presidente da Aiba depois que seu antecessor, o paquistanês Anwar Chowdry, sofrer um impeachment sob acusação de corrupção.
""Achei que as coisas iriam mudar [após Chowdry sair], mas não foi isso que ocorreu. Sempre tem um grupinho que quer concentrar o poder em suas mãos", afirmou Obreja.
As finais do boxe amador em Pequim têm início hoje com uma pequena vantagem de Cuba. Enfraquecido pela deserção (ou tentativa) de cinco de suas estrelas, o país classificou quatro pugilistas para as finais.
A China e a Rússia têm três boxeadores cada um na decisão e apresentam boas chances de ser campeões por equipe.
Apesar do contraste com Olimpíadas passadas, nas quais as finais eram dominadas com folga pelos cubanos, a equipe tem esperança de ouros.


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