São Paulo, quarta-feira, 19 de maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Favorito, São Paulo vive dilema tático

Diante do Cruzeiro, em casa, são-paulinos não sabem se administram vantagem ou acatam torcida e se lançam ao ataque

Para Ricardo Gomes, time, que tenta ir às semifinais da Libertadores, não pode só se defender ou dará "domínio psicológico" ao adversário

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com uma vantagem de dois gols no placar, construída com a vitória no primeiro jogo, o São Paulo passou a viver um dilema sobre qual a melhor maneira para enfrentar o Cruzeiro e garantir sua classificação às semifinais da Taça Libertadores.
Seguir o grito da torcida e atacar o rival ou fechar-se na defesa para trancar o jogo? As declarações dos são-paulinos se dividem sobre o tema.
Às vezes um mesmo jogador defende duas atitudes diferentes para o time em uma mesma frase. Foi o que aconteceu com o zagueiro Alex Silva.
"Temos que repetir o primeiro jogo [com o time fechado]. Se o Cruzeiro vir para cima, é perigoso para eles. Porque tomar um gol é um problema para eles", disse ele, que, em seguida, apontou em situação oposta.
"Por jogar em casa, a torcida [são-paulina] vai querer que a gente busque o gol. Isso obriga a equipe a ir para cima, e não só segurar o jogo", disse o beque.
O primeiro jogo foi vencido por 2 a 0 pelos são-paulinos. Com isso, o time se classifica se perder por um gol de diferença.
O duelo em Belo Horizonte foi marcado por uma boa atuação da defesa tricolor, que só sofreu dois gols em nove apresentações nesta Libertadores.
Naquela partida, o time fez 155 desarmes, número inédito no ano. Só concluiu duas vezes a gol e converteu ambas.
"Temos que jogar da mesma maneira [do primeiro jogo com o Cruzeiro]. No ano passado, vimos como é difícil correr atrás quando o placar é desfavorável", disse o atacante Dagoberto. Em 2009, o São Paulo precisava da vitória porque havia perdido no Mineirão. Acabou derrotado e eliminado.
O volante Rodrigo Souto tem discurso diferente do seu colega. "Porque jogamos em casa, precisamos ser um pouco mais ofensivos", afirmou ele.
Em meio ao dilema, o São Paulo tem algumas certezas. Embora não confirmada oficialmente, a formação terá três zagueiros, com a volta de Miranda no lugar de Xandão.
Assim, haverá uma repetição do esquema do jogo em Minas.
O que o técnico Ricardo Gomes não quer fazer igual é a falta de posse de bola. O time são-paulino deu só 236 passes, sendo 32,6% errados, o que permitiu o domínio do adversário, que teve várias chances de gol.
Para ele, é preciso tirar lições daquela partida, apesar da vitória. É também de Ricardo Gomes a responsabilidade de resolver o dilema são-paulino.
Sua resposta é um meio-termo. E também uma preocupação de que o time controle seus nervos durante a partida.
"Temos que defender e atacar com equilíbrio. Se o adversário furar nosso bloqueio, você pode perder o domínio psicológico", ressaltou o treinador.
Diante da indecisão anterior ao jogo, a atitude da torcida são-paulina pode ter influência decisiva na atuação do time. "Enquanto o jogo estiver 0 a 0, a torcida vai ter paciência. Por isso, é bom buscar logo o gol primeiro", define Alex Silva.


NA TV - São Paulo x Cruzeiro
Globo, Bandsports e Sportv 2, ao vivo, às 21h50


FOLHA ONLINE
Acompanhe comentários ao vivo dos jogos de hoje
www.folha.com.br/101384



Texto Anterior: Tostão: Mestre dos pequenos espaços
Próximo Texto: Washington é barrado do banco por falta de "cabeça"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.