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Teixeira sai ileso em dia de "tiroteio"
Políticos trocam farpas, mas único poupado é homem forte da Copa-14
DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
DE SÃO PAULO
Um dia depois de excluir o
estádio do Morumbi do segundo Mundial de futebol no
país, Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa-
-2014, foi o único a sair totalmente ileso da troca de farpas entre os governos federal, estadual e municipal.
Apesar de o motivo apresentado para a exclusão do
Morumbi ter sido técnico, a
briga política entre Teixeira e
Juvenal Juvêncio, presidente
do São Paulo, foi decisiva.
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva disse ter estranhado a decisão do COL. E
cobrou explicações das esferas municipal e estadual.
"Acho estranho [que o Morumbi não sirva para a Copa].
Talvez seja uma exigência arquitetônica ou de engenharia. Mas, de qualquer forma,
o governador de São Paulo e
o prefeito de São Paulo vão
ter que se manifestar a respeito", disparou Lula ontem.
O comentário de Lula respingou sobre o candidato a
presidente da República pelo
PSDB e ex-governador José
Serra, que afirmou ontem ter
ficado "muito triste" com o
veto ao Morumbi.
Ao chegar ao aeroporto de
Teresina, no Piauí, Serra havia sido questionado sobre a
questão do estádio, mas não
quis comentar. "O que vou
falar do estádio? Estou em
Teresina", disse o candidato.
Porém, mais tarde, dada a
insistência no assunto, Serra
falou sobre a Copa. Segundo
ele, seu governo criou toda a
infraestrutura necessária para que o estádio pudesse recepcionar partidas em 2014.
"Demos todas as garantias
para fazer [as obras]. Fizemos
nossa parte. Toda a infraestrutura. Mas agora estaremos
dispostos a apoiar aquilo que
se decida fazer", afirmou.
O governador do Estado de
São Paulo, Alberto Goldman
(PSDB), declarou que a decisão ""da Fifa" foi ruim, porém
não criticou o COL.
"Achei uma decisão muito
ruim tomada pela Fifa. Nós
temos estádios, bons estádios, estádios que têm sido
frequentemente utilizados",
afirmou Goldman ontem.
"Eles exigem que se coloquem R$ 650 milhões no projeto. É impossível tanto para
o São Paulo como é impossível para o poder público
aportar recursos em empreendimentos privados."
"O governo federal não
cuidou de questões estratégicas como os aeroportos em
momento algum e faz política. Agora fala que o governo
do Estado deveria ajudar o
Morumbi sabendo que [pôr
dinheiro] é ilegal", declarou
Caio de Carvalho, do comitê
paulista para a Copa-2014.
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) preferiu contemporizar. "Tudo o que estava ou
estiver ao nosso alcance nós
[prefeitura e Estado] fizemos
e faremos para viabilizar o
Morumbi. Se as coisas não
acontecerem como o planejado, temos que lamentar."
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