São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2010

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Teixeira sai ileso em dia de "tiroteio"

Políticos trocam farpas, mas único poupado é homem forte da Copa-14

DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA
DE SÃO PAULO

Um dia depois de excluir o estádio do Morumbi do segundo Mundial de futebol no país, Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa- -2014, foi o único a sair totalmente ileso da troca de farpas entre os governos federal, estadual e municipal.
Apesar de o motivo apresentado para a exclusão do Morumbi ter sido técnico, a briga política entre Teixeira e Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, foi decisiva.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ter estranhado a decisão do COL. E cobrou explicações das esferas municipal e estadual.
"Acho estranho [que o Morumbi não sirva para a Copa]. Talvez seja uma exigência arquitetônica ou de engenharia. Mas, de qualquer forma, o governador de São Paulo e o prefeito de São Paulo vão ter que se manifestar a respeito", disparou Lula ontem.
O comentário de Lula respingou sobre o candidato a presidente da República pelo PSDB e ex-governador José Serra, que afirmou ontem ter ficado "muito triste" com o veto ao Morumbi.
Ao chegar ao aeroporto de Teresina, no Piauí, Serra havia sido questionado sobre a questão do estádio, mas não quis comentar. "O que vou falar do estádio? Estou em Teresina", disse o candidato.
Porém, mais tarde, dada a insistência no assunto, Serra falou sobre a Copa. Segundo ele, seu governo criou toda a infraestrutura necessária para que o estádio pudesse recepcionar partidas em 2014.
"Demos todas as garantias para fazer [as obras]. Fizemos nossa parte. Toda a infraestrutura. Mas agora estaremos dispostos a apoiar aquilo que se decida fazer", afirmou.
O governador do Estado de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), declarou que a decisão ""da Fifa" foi ruim, porém não criticou o COL.
"Achei uma decisão muito ruim tomada pela Fifa. Nós temos estádios, bons estádios, estádios que têm sido frequentemente utilizados", afirmou Goldman ontem.
"Eles exigem que se coloquem R$ 650 milhões no projeto. É impossível tanto para o São Paulo como é impossível para o poder público aportar recursos em empreendimentos privados."
"O governo federal não cuidou de questões estratégicas como os aeroportos em momento algum e faz política. Agora fala que o governo do Estado deveria ajudar o Morumbi sabendo que [pôr dinheiro] é ilegal", declarou Caio de Carvalho, do comitê paulista para a Copa-2014.
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) preferiu contemporizar. "Tudo o que estava ou estiver ao nosso alcance nós [prefeitura e Estado] fizemos e faremos para viabilizar o Morumbi. Se as coisas não acontecerem como o planejado, temos que lamentar."


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