São Paulo, quarta-feira, 24 de outubro de 2007

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Rússia decide congelar preços de alimentos

Medida acontece faltando 40 dias para eleições

DA REDAÇÃO

Faltando 40 dias para as eleições parlamentares na Rússia, o governo do presidente Vladimir Putin decidiu congelar o preço de alguns alimentos, em uma tentativa de conter a inflação no país.
Os principais produtores de alimentos e as maiores redes varejistas do país devem assinar um acordo hoje com o governo para impedir até o final do ano o aumento nos preços de alimentos como pão, queijo, leite e ovos.
O Ministério da Agricultura russo disse que o acerto foi voluntário, mas executivos do setor de alimentos afirmaram que sofreram forte pressão do governo. "Nos disseram de maneira bem clara que tínhamos que congelar os preços de alguns produtos", afirmou um empresário que pediu para não ter seu nome revelado. "Todo mundo sabe o que o governo está fazendo, faz parte da campanha para as eleições."
As eleições legislativas russas estão marcadas para o dia 2 de dezembro. No início deste mês, Putin anunciou que irá encabeçar a chapa do partido Rússia Unida no pleito. Ele também sinalizou a intenção de se tornar primeiro-ministro.
Como não pode concorrer a um terceiro mandato, já que a Constituição do país não permite, Putin continuaria a exercer o poder como premiê e deixaria a presidência nas mãos de algum político que lhe seja leal.
Com o aumento em todo o mundo nas cotações de vários produtos agrícolas, a inflação russa já superou a meta deste ano -que era de 8%- e deve ficar próxima de 10%. No último mês, os preços de itens como óleo vegetal, manteiga e leite subiram pelo menos 7%.
Com a decisão do governo, a Rússia passa a integrar a lista de países que decidiram controlar os preços de alimentos. A China tomou a medida depois que a sua taxa de inflação em agosto foi a maior em 11 anos. O México anunciou que não reajustará o preço de combustíveis e eletricidade até o fim do ano.
Na Argentina, consumidores deixaram fazer um boicote ao tomate, símbolo da alta dos alimentos no país. Na Itália, o boicote foi contra o macarrão.


Com o "Financial Times"


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