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Bovespa eleva preço para estréia de ações
Procura acima do esperado faz Bolsa aumentar faixa prevista para o preço inicial de seus papéis; lançamento será na sexta
Profissionais do mercado estimam que a demanda pelas ações da Bovespa possa ter superado a
oferta em até dez vezes
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A procura muito acima do esperado levou a Bovespa a elevar
a faixa prevista para o preço inicial de suas ações. Com isso, o
pequeno investidor pode acabar comprando menos ações
com o dinheiro que reservou
para participar da operação de
lançamento dos papéis da Bolsa em pregão.
Para tentar minimizar o impacto da decisão, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
exigiu que a Bolsa divulgasse as
informações ao mercado e permitisse que, até hoje, o pequeno investidor que já fez reserva
desista da oferta. Quem não
quiser desistir pode também
alterar até hoje, para mais ou
menos, o montante reservado.
A faixa anteriormente prevista para o preço de lançamento das ações da Bovespa Holding ia de R$ 15,50 a R$ 18,50. O novo intervalo oscila entre R$
20,00 e R$ 23,00.
O que incomodou o mercado
foi o fato de muitos investidores institucionais (como fundos de pensão e de investimento, além de grandes aplicadores) começarem a saber antes
que haveria mudança na faixa
de preço. Chegou-se a falar em
vazamento de informações.
Mas, para Carlos Alberto Rebello Sobrinho, superintendente de registros da CVM, dizer que houve vazamento "é um pouco exagerado". "O que
houve foi uma assimetria de informações entre os investidores. Por isso tínhamos que permitir que o investidor pessoa física tivesse a oportunidade de
rever sua sua decisão", diz Rebello Sobrinho.
A Bovespa não quis se pronunciar sobre o caso.
O dia de estréia dos papéis da
Bovespa Holding foi mantido
para o pregão de sexta, dia 26.
Outra mudança que a elevada procura pelas ações da Bolsa
que vão estrear desencadeou
foi a proibição de pessoas vinculadas às instituições que fazem parte da operação de participarem do IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês).
Profissionais do mercado estimam que a demanda pelas
ações da Bovespa possa ter superado a oferta em até dez vezes. Calcula-se que a operação
movimente, incluindo o lote
suplementar previsto, mais de
R$ 5,5 bilhões, sendo o maior
IPO já realizado no país.
Como a Bovespa Holding
passará a integrar a lista de
companhias negociáveis no
pregão da Bolsa de Valores de
São Paulo, o investidor que ficar de fora da operação de lançamento e futuramente se interessar pelos papéis poderá comprá-los normalmente, como pode fazer com qualquer
outra ação.
Sobre a abertura de capital da
Bovespa, o economista Jason
Vieira, da UpTrend Consultoria, diz que "ainda não se tem
uma idéia precisa de como e
com que fôlego a nova empresa
irá gerar resultados".
Ontem, a CVM divulgou sua
instrução 461, que tem a finalidade de disciplinar os mercados de valores mobiliários, regulamentando sua organização
e funcionamento.
Uma das decisões foi estabelecer o teto de 15% para a participação que um investidor poderá ter no capital da Bovespa
ou da BM&F. Acima disso, apenas com autorização da CVM.
Também passou a ser contemplada a possibilidade de Bolsas
estrangeiras colocarem telas de
negociação de seus ativos no
país. Além disso, houve a regulamentação do mecanismo de
ressarcimento de prejuízos,
com teto de R$ 60 mil por investidor, destinado a pessoas
que se sentirem prejudicadas
por ações decorrentes ou omissão das pessoas autorizadas a
operar no mercado.
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