Uma das grandes dúvidas do mercado é saber se o atual ritmo de crescimento do crédito, principalmente à pessoa física, é ou não sustentável a longo prazo. O crédito tem crescido a um ritmo de 30% ao ano, o que, para muitos, é considerado excessivo e capaz de trazer problemas de inadimplência para a economia, no caso de uma alta da inflação.
A consultoria Tendências criou um índice específico para medir essa preocupação acerca da qualidade da carteira de crédito e a capacidade da economia em absorver esses recursos. Trata-se do Iteo (Índice Tendências de Endividamento Oneroso), que é calculado mensalmente e oferece alguma sinalização para os empréstimos para pessoas físicas.
O Iteo mede a parcela do crescimento nos empréstimos a pessoas físicas que extrapola o montante que poderia ser absorvido de forma não-onerosa pela economia, por maior renda ou por melhoria nas condições de empréstimos. O objetivo é avaliar se a alta do nível de endividamento das pessoas está ou não fugindo do controle.
"A intenção é saber se o crescimento do crédito para pessoa física é suportado pela evolução da massa salarial e pela melhoria de condições de financiamento", diz Bruno Rocha, economista da Tendências.
O Iteo de maio mostra sinais de que a inflação começa a provocar maior pressão sobre os orçamentos familiares, o que pode resultar em aumento da inadimplência bancária. O índice de maio atingiu 33%, o que significa que cerca de um terço do crédito à pessoa física foi além do que poderia ser absorvido por melhora da renda e condições de financiamento.
O resultado de maio foi o maior desde agosto de 2006, quando o indicador estava em 33,3%. De lá para cá, o Iteo caiu significativamente, chegando a ficar negativo em meados do ano passado. Com a alta da inflação nos últimos meses, o índice voltou a subir.
Apesar dessa alta em maio, a Tendências não enxerga um quadro de descontrole a médio e longo prazos. A consultoria usa como base a estabilidade do mercado de trabalho. Quanto mais estável for a situação do emprego, os ganhos de renda dos trabalhadores aumentam e isso faz com que seja menos oneroso o endividamento.
Para Bruno Rocha, esse cenário positivo para o mercado de trabalho deverá, portanto, contribuir para limitar o crescimento do endividamento oneroso e da inadimplência.

NEGÓCIO DA CHINA

Bill Fisher, presidente da escola de inglês on-line Englishtown, desembarcou em São Paulo para participar da reunião global da empresa, com gestores do Brasil, do México e da Europa. Na pauta da reunião, as próximas estratégias da empresa, entre elas, uma parceria com o comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim. A metodologia da escola será usada no treinamento de chineses que trabalharão na equipe técnica da Olimpíada. A operação brasileira é a segunda da Englishtown em número de alunos, de funcionários e de vendas da escola -a primeira é a da China.

Petrobras gasta 78% do previsto com projetos do PAC no 1º semestre

No primeiro semestre, do total de recursos previstos para investimentos da Petrobras com obras do PAC era de R$ 11 bilhões, dos quais R$ 8,6 bilhões (78%) foram gastos. Mario Tavares, coordenador do PAC na estatal, aponta o gargalo na concessão de licenciamentos ambientais e o cancelamento de licitações como razões para que o total não tenha sido empregado.
"Devido ao grande número de projetos que a Petrobras e as indústrias estão realizando, o Ibama está com uma demanda por licenciamento maior do que o que recebia há alguns anos. Isso gerou um gargalo, o que vinha atrasando parte de nossos projetos", diz Tavares.
No entanto, o coordenador na Petrobras afirma que, "com o monitoramento instalado pela Casa Civil para acompanhar os diversos projetos, o processo de licenciamento foi agilizado". Tavares diz que, quando o licenciamento se torna um item crítico, o Ibama é convidado a participar dos encontros.
De acordo com a Petrobras, essas reuniões com órgãos do governo federal, aliadas ao programa interno de gestão que fiscaliza o cumprimento de prazos e de metas, geraram um avanço na realização física e financeira das suas metas ligados ao PAC.
A realização física das metas passou de 78% do planejado no 1º trimestre de 2007 para 93% nos primeiros três meses deste ano, segundo a Petrobras.
A estatal é responsável por cerca de 34% dos investimentos do PAC -R$ 171 bilhões no total de R$ 504 bilhões. A Petrobras possui 105 projetos ou agrupamento de projetos no PAC, que se desdobram em cerca de 2.500 projetos.

COFRE
A poupança da Caixa Federal encerrou junho com captação líquida de R$ 925 milhões. No primeiro semestre, o banco atingiu R$ 4,25 bilhões, com R$ 82,1 bilhões em depósitos na modalidade.

NO PAPEL
A General Motors e a MWM assinam hoje um contrato de fornecimento de motores. Segundo a montadora, trata-se do maior contrato já firmado pela empresa com um fornecedor em toda a história da GM.

ELETRÔNICO
A Bayard, marca focada em artigos esportivos, investe R$ 100 mil para reformular seu site de comércio eletrônico. A iniciativa é feita em parceria com a Ikeda, empresa especializada em e-commerce.

REFORÇO
O executivo Antônio Carlos Porto, mais conhecido como Totó, ex-BCN e ex-UBS Pactual, acaba de ingressar no time que André Esteves está formando para o seu novo fundo. Esteves deixou o UBS há cerca de um mês para montar o negócio. O nome do seu investimento ainda não foi escolhido. Um amigo deu uma sugestão bastante criativa para o ex-sócio do Pactual: Actual.

ESTREITO
O consórcio formado por Suez, Vale, Alcoa e Camargo Corrêa, responsável pelas obras da hidrelétrica de Estreito, no rio Tocantins, entre o Maranhão e o Piauí, quer iniciar a operação da usina no final de 2010. Neste mês, o consórcio contrata mais 300 funcionários e atinge 2.800 trabalhadores. A obra da usina ficou parada em meados de junho por determinação judicial.



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