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Arrecadação em maio segue abaixo das projeções
DOS COLUNISTAS DA FOLHA
Guido Mantega não quis
adiantar as estimativas oficiais
para o PIB do primeiro trimestre, que será divulgado oficialmente no dia 9 de junho. Reconhece que a economia deve ter
encolhido no período, a segunda queda consecutiva do PIB. E
diz que a arrecadação de impostos federais em maio ainda
ficou abaixo das projeções do
próprio governo.
Alguns referem-se a duas
quedas como "recessão técnica", embora não exista consenso sobre o conceito. "Bem, o
que quer dizer "recessão técnica'? Que o PIB caiu dois trimestres seguidos. E o que quer dizer isso? Apenas duas quedas
seguidas não diz nada sobre a
dinâmica da economia nem no
curto prazo, que é um ano", diz
Mantega. O ministro acredita
que, no trimestre final de 2009,
o PIB estará crescendo a "3%,
4%", na comparação anual.
Mantega volta a dizer que a
economia brasileira está se recuperando mais rapidamente
que o resto do mundo e que,
nos primeiros sinais de retomada, o Brasil tem se tornado o
foco dos investidores.
"A China está se recuperando. Há uma retomada no consumo de commodities, com alta
de preços. O Brasil é um grande
exportador de commodities; isso reforçou nossa posição no
cenário internacional, além de
as demais condições econômicas estarem sólidas. Temos
mercado interno resistente e
que pode crescer, o consumo
no varejo está se sustentando.
Nossa economia sofreu mais
por causa das exportações de
manufaturados, que caíram no
mundo inteiro, de maneira forte. Mas o mercado interno,
apoiado ainda pelas reduções
de impostos sobre bens de consumo duráveis, mostrou força.
Em quase todo o mundo caiu a
produção de automóveis, de
modo muito violento. Aqui,
não", diz Mantega.
Fundo para empresas
Dado esse cenário, o ministro
não prevê muitas novas medidas para impulsionar a economia. O governo está concentrado agora em resolver a escassez
de crédito para pequenas e médias empresas. Como antecipado pela Folha, será criado um
fundo para garantir empréstimos para pequenas e médias
empresas. Isto é, em caso de
inadimplência, o fundo cobre
as perdas, o que incentiva os
bancos a emprestar.
O formato do fundo ainda
não está definido. O governo
pretendia criar um fundo novo,
gerido pelo Banco do Brasil, e
reativar um fundo dessa natureza já existente no BNDES,
com verbas retidas pelo contingenciamento de gastos públicos. Agora, talvez deva criar
só um, pois os bancos privados
resistem à ideia de abrir ao BB
seus negócios com empresas.
O dinheiro, cerca de R$ 4 bilhões, virá, na maior parte, do
Tesouro, com alguma contribuição dos bancos. A maior
participação dos bancos, porém, não virá na forma de financiamento desse fundo. A
ideia do governo é fazer com
que, em caso de inadimplência,
os bancos assumam as primeiras perdas (como no caso da
franquia de um seguro de automóvel). Ou seja, os bancos apenas estariam cobertos do calote
caso as perdas ultrapassassem
certo limite. A ideia é fazer com
que os bancos não se descuidem de verificar a qualidade do
tomador de crédito, assumindo
parte dos riscos.
(VTF E GB)
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