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PIB japonês tem maior queda em 34 anos
Segunda maior economia mundial encolhe 12,7% no 4º trimestre do ano passado e mostra situação pior que EUA e Europa
Economia japonesa está em recessão desde novembro de 2007, e FMI estima retração de 2,6% neste ano, na maior queda desde o pós-Guerra
DA REDAÇÃO
A economia japonesa engrenou o terceiro trimestre seguido de retração e o tombo foi o
maior em 34 anos, mostrando
resultados ainda piores que os
dos Estados Unidos e da Europa e que a crise ganhou no final
do ano passado ritmo e alcance
não visto em décadas.
Com as exportações, seu tradicional motor, em queda e o
mesmo acontecendo com a demanda interna, o Japão encolheu 12,7% na taxa anualizada
nos últimos três meses de
2008, 10,4 pontos percentuais
mais que trimestre anterior e o
pior resultado desde 1974, na
época do choque do petróleo,
quando o recuo foi de 13,1%.
Para ter uma ideia da intensidade da crise na segunda maior
economia mundial, o PIB (Produto Interno Bruto) japonês se
retraiu em 3,3% no quarto trimestre em relação aos três meses anteriores. Já a Alemanha, a
maior economia europeia e
que, assim como a japonesa,
tem um forte setor exportador,
teve queda de 2,1% nessa mesma comparação, e os Estados
Unidos, o epicentro da crise
global, recuaram 1%.
Os últimos três meses de
2008 foram marcados pela
concordata do banco Lehman
Brothers na metade de setembro, detonando o agravamento
da crise global e, consequentemente, da economia japonesa,
que, segundo painel do governo, está em recessão desde novembro de 2007.
No caso japonês, essa piora
da crise pode ser lida nos números do PIB: as exportações
de bens e serviços recuaram
45% na taxa anualizada e a demanda privada caiu 2,6%. A taxa anualizada significa que, caso o número do trimestre se repita nos nove meses seguintes,
esse será o dado final do ano.
Com a demanda mundial por
carros e eletrônicos em queda
devido à crise, as exportações
japonesas estão em queda e
grandes empresas do país vêm
anunciando nos últimos dias
demissões em massa, apontando que elas não esperam uma
recuperação no curto prazo.
Companhias como Panasonic, Pioneer, Nissan e NEC disseram que pretendem fechar
65 mil postos de trabalho (a
maior parte deles no Japão),
além de várias fábricas, e outras, como a Toyota, que recentemente se tornou a maior
montadora mundial, esperam o
seu primeiro prejuízo anual para o período de 12 meses que se
encerra em 31 de março.
Além dos problemas da crise,
que diminuiu fortemente o
apetite dos consumidores pelo
mundo, as empresas japonesas
enfrentam a valorização do iene, que derrubou a competitividade no exterior dos produtos
do país asiático.
Com isso, a sua produção industrial recuou 9,6% em dezembro do ano passado, a
maior queda desde o início do
levantamento, em 1953, e a estimativa do governo é a de que
tenha ocorrido uma nova retração de em torno de 9% no mês
passado, sinalizando que a crise
não perdeu força neste começo
do ano. E a confiança das famílias, que representam cerca da
metade da economia, está no
menor nível em 26 anos.
A previsão do FMI é que o
país encolherá 2,6% neste ano,
que, se confirmada, será a
maior queda no pós-Guerra.
Para o ministro da Economia
do Japão, Kaoru Yosano, o país
vive a pior crise econômica desde o fim da Segunda Guerra, em
1945. "Não há nenhuma dúvida
sobre isso", disse, complementando que o governo não pretende lançar novos planos para
estimular a economia.
Para tentar reanimar a economia, o governo já lançou três
pacotes de estímulo desde
agosto do ano passado que, somados, chegam a quase US$
700 bilhões (metade do PIB
brasileiro de 2007), mas parte
desses planos ainda está parada
no Congresso, aguardando
aprovação. E os juros estão em
0,1%, mas o BC não descarta a
volta da política de taxa zero,
adotada entre 2001 e 2006.
Com agências internacionais
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