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BC dos EUA mostra
sinais de racha sobre
retomada dos juros
Principal divisão é quanto à rapidez e à forma do
aumento da taxa, que hoje está próxima de zero
DO "NEW YORK TIMES"
Começam a surgir divergências entre os líderes do Fed (o
BC dos EUA) sobre quando devem começar a elevar a taxa de
juros básica do país, que hoje
está entre zero e 0,25%.
Já que a previsão do Fed é
que o desemprego seja, em média, de 9,8% em 2010, ninguém
parece estar argumentando
que a política monetária deva
ser apertada no curto prazo. O
lema do banco central continua
a ser que a taxa se manterá "excepcionalmente baixa" por
"um período prolongado".
Mas dirigentes do Fed deram
a entender que novas divergências surgiram nas últimas semanas. O desentendimento vai
além da tradicional distinção
entre a linha dura, que se preocupa com os efeitos inflacionários de uma política monetária
frouxa, e a ala moderada, que
argumenta que o desemprego é
o principal problema.
Os debates mais intricados se
referem à rapidez da alta (após
ela iniciar) e à forma que deve
tomar. Além de elevar os juros,
o Fed precisa liquidar US$ 2 trilhões em programas especiais
de ajuda aos bancos e aos mercados de crédito paralisados.
Não se sabe qual é a posição
do presidente do Fed, Ben Bernanke. Anteontem, ele garantiu a economistas que o BC
conta com uma lista detalhada
de ferramentas para reverter o
curso, mas não ofereceu indicações sobre quando pretende
começar a implementá-las.
"Quando as perspectivas econômicas tiverem melhorado o
bastante, estaremos preparados para apertar nossa posição
de política monetária e terminaremos por devolver o nosso
balanço a uma configuração
mais normal", afirmou.
Qualquer medida de aumento dos juros em 2010 colocaria
o Fed em rota de colisão com a
Casa Branca. O governo vem
deixando claro que não deseja o
fim acelerado das medidas de
estímulo -fiscal e monetário.
As autoridades se preocupam devido aos resultados de
erros de cálculo anteriores.
Bernanke e outros advertiram
que o Fed não deveria repetir o
erro de 1937, quando elevou a
taxa de juros cedo demais e ajudou a prolongar a Grande Depressão por diversos anos.
Um indício de desacordo surgiu na terça, quando Thomas
Hoenig, do Fed de Kansas City,
ainda que não tenha apelado
por alta imediata dos juros, deixou claro que estava perdendo
a paciência. E ele não está sozinho. Richard Fisher, presidente do Fed de Dallas, transmitiu
mensagem semelhante na semana passada, e pelos menos
três influentes dirigentes do
BC têm posição similar.
Em contraste, alguns importantes funcionários do Fed em
Nova York e Washington enfatizaram repetidamente que a
economia continua muito fraca
e que o desemprego, que está
no seu maior patamar desde o
começo dos anos 80, provavelmente superará os 10% e continuará alto por vários anos.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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