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BC enxuga dólar do Santander e reservas vão a US$ 230 bi
Estima-se que banco tenha
comprado US$ 4 bi em um dia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As reservas internacionais do
Brasil atingiram o patamar inédito de US$ 230 bilhões, após o
Banco Central realizar a maior
intervenção do ano em um único dia no mercado de câmbio. A
ação do BC tem como objetivo
enxugar o excesso de dólares
que entram no país e derruba
cada vez mais a cotação da
moeda norte-americana.
Somente na última quinta-feira, houve um aumento de
US$ 5 bilhões nas reservas. O
número reflete as compras feitas pelo BC no mercado dois
dias antes, na terça-feira, quando entraram no país os dólares
dos estrangeiros que participaram da oferta inicial de ações
do banco Santander Brasil. Foi
o maior lançamento de ações
do ano em todo o mundo, com
um movimento de R$ 14 bilhões (cerca de US$ 8 bilhões).
Estima-se que o BC tenha comprado mais de US$ 4 bilhões, o
que corresponde à parte vinda
do exterior.
De acordo com analistas da
área de câmbio, o BC vem comprando os dólares de todas as
grandes ofertas de ações e captações de recursos no exterior
feitas por empresas brasileiras.
O objetivo é evitar pressões
adicionais sobre a moeda. Os
bancos, por outro lado, continuam apostando na queda da
cotação, que já se aproxima de
R$ 1,70.
As reservas funcionam como
uma garantia de caixa para o
país em momentos de crise, um
seguro contra fuga de capital
estrangeiro. Entre outubro de
2008 e fevereiro deste ano, o
BC chegou a vender US$ 14,5
bilhões para segurar a alta do
dólar naquele momento. Com
as intervenções feitas nesta semana, todo esse dinheiro já foi
recomprado.
Há, no entanto, um custo para manter esse seguro. Toda
vez que o Banco Central compra dólares, injeta reais na economia. Para retirar esse dinheiro de circulação, precisa emitir
títulos, o que aumenta o endividamento do país.
Desde o início do ano, as reservas já tiveram um aumento
de quase US$ 25 bilhões. Somente nos últimos 30 dias, foram US$ 10 bilhões. Além das
compras do Banco Central no
mercado de câmbio, o país também recebeu, em agosto, cerca
de US$ 4 bilhões do FMI (Fundo Monetário Internacional)
-parte da distribuição de recursos feita pelo Fundo aos países-membros. Outro fator que
afeta as reservas é o desempenho das aplicações feitas com
esse dinheiro.
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