São Paulo, sábado, 10 de outubro de 2009

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BC enxuga dólar do Santander e reservas vão a US$ 230 bi

Estima-se que banco tenha comprado US$ 4 bi em um dia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As reservas internacionais do Brasil atingiram o patamar inédito de US$ 230 bilhões, após o Banco Central realizar a maior intervenção do ano em um único dia no mercado de câmbio. A ação do BC tem como objetivo enxugar o excesso de dólares que entram no país e derruba cada vez mais a cotação da moeda norte-americana.
Somente na última quinta-feira, houve um aumento de US$ 5 bilhões nas reservas. O número reflete as compras feitas pelo BC no mercado dois dias antes, na terça-feira, quando entraram no país os dólares dos estrangeiros que participaram da oferta inicial de ações do banco Santander Brasil. Foi o maior lançamento de ações do ano em todo o mundo, com um movimento de R$ 14 bilhões (cerca de US$ 8 bilhões). Estima-se que o BC tenha comprado mais de US$ 4 bilhões, o que corresponde à parte vinda do exterior.
De acordo com analistas da área de câmbio, o BC vem comprando os dólares de todas as grandes ofertas de ações e captações de recursos no exterior feitas por empresas brasileiras. O objetivo é evitar pressões adicionais sobre a moeda. Os bancos, por outro lado, continuam apostando na queda da cotação, que já se aproxima de R$ 1,70.
As reservas funcionam como uma garantia de caixa para o país em momentos de crise, um seguro contra fuga de capital estrangeiro. Entre outubro de 2008 e fevereiro deste ano, o BC chegou a vender US$ 14,5 bilhões para segurar a alta do dólar naquele momento. Com as intervenções feitas nesta semana, todo esse dinheiro já foi recomprado.
Há, no entanto, um custo para manter esse seguro. Toda vez que o Banco Central compra dólares, injeta reais na economia. Para retirar esse dinheiro de circulação, precisa emitir títulos, o que aumenta o endividamento do país.
Desde o início do ano, as reservas já tiveram um aumento de quase US$ 25 bilhões. Somente nos últimos 30 dias, foram US$ 10 bilhões. Além das compras do Banco Central no mercado de câmbio, o país também recebeu, em agosto, cerca de US$ 4 bilhões do FMI (Fundo Monetário Internacional) -parte da distribuição de recursos feita pelo Fundo aos países-membros. Outro fator que afeta as reservas é o desempenho das aplicações feitas com esse dinheiro.


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