São Paulo, quarta-feira, 08 de julho de 2009

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Senai quer vender edifício na Paulista por R$ 100 milhões

Recursos serão usados para modernizar escolas; há cerca de 40 interessados em comprar o imóvel

FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) colocou à venda um imóvel de quase 30 mil metros quadrados de área construída na avenida Paulista nº 750, avaliado em, no mínimo, R$ 100 milhões.
O edital para a venda do edifício, localizado em um terreno de 3.150 metros quadrados, foi publicado no último domingo. Há dois meses, o Senai tentou vender o prédio, mas não houve propostas. Até ontem, cerca de 40 interessados buscaram informações sobre o imóvel.
O Conselho Regional do Senai-SP decidiu vender o prédio, que estava alugado desde 1993 para o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo por R$ 700 mil por mês, porque não precisava mais dele, segundo Walter Vicioni Gonçalves, diretor regional do Senai-SP.
A decisão de vender o prédio, construído em 1977 e batizado com o nome do ex-presidente da Fiesp Theobaldo de Nigris agitou o mercado. Algumas construturas e incorporadoras têm interesse no imóvel, que precisa ser reformado.
Empresários consultados pela Folha esperam que o dinheiro da venda do imóvel seja usado em investimentos para reduzir o custo da formação e da capacitação da mão de obra da indústria, hoje considerado elevado principalmente pelas empresas de menor porte.
Gonçalves diz que "o objetivo é usar os recursos para modernizar as escolas do Senai [86 no Estado], comprar equipamentos e construir novas unidades. Para construir uma escola bem equipada, sem considerar o terreno, são necessários cerca de R$ 15 milhões."
Construtoras e imobiliárias consultadas pela Folha avaliam que o preço do metro quadrado de área útil na avenida Paulista custe de R$ 3.000 a R$ 10 mil, dependendo das condições do imóvel.
Na estimativa feita pelo SindusCon-SP, o prédio do Senai pode valer até R$ 200 milhões. Na lista de potenciais compradores, segundo a Folha apurou com o mercado de construção e imobiliário, estão as construtoras que abriram seu capital.
A decisão de vender o prédio foi feita pelo Conselho Regional do Senai-SP, formado pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, representantes da indústria, da categoria econômica das comunicações, do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério da Educação, além do diretor regional da entidade.
O Senai é uma entidade que faz parte do Sistema S. Em São Paulo, tem orçamento da ordem de R$ 800 milhões por ano -dos quais R$ 600 milhões vêm da arrecadação compulsória paga pelas empresas. A contribuição corresponde a 1% da folha de pagamento dos trabalhadores na indústria.
Esses recursos, recolhidos pelo Ministério da Previdência Social e repassados às entidades do Sistema S, são fiscalizados pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Gonçalves afirma que os investimentos da entidade são da ordem de R$ 200 milhões anuais.
"Como industrial, tenho certeza de que os recursos oriundos da venda do prédio serão aplicados em educação, em treinamento e em capacitação de mão de obra por parte do Senai, contribuindo para desonerar, nestes tempos de crise, a indústria que hoje, além da contribuição compulsória, paga a mais, em certas circunstâncias, caso deseje ter mão de obra formada pela instituição", afirma José Henrique Nunes Barreto, presidente do Sindifumo (Sindicato da Indústria do Fumo do Estado de São Paulo).


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