São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2008

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Produção e vendas na indústria batem recorde no semestre

Puxado pelo mercado interno, crescimento é o maior desde 2003, segundo a CNI; emprego e massa de salários também avançam

Para economista, ritmo da atividade industrial deve se desacelerar sob reflexo do aumento dos juros; uso da capacidade instalada sobe

LUCIANA OTONI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O setor industrial bateu recorde de faturamento e produção no primeiro semestre. Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), de janeiro a junho as indústrias registraram alta de 8,4% nas receitas e de 5,9% na produção ante o primeiro semestre de 2007, configurando os maiores percentuais desde 2003, quando os indicadores do setor começaram a ser pesquisados.
O emprego nas indústrias aumentou 4,4%. Esse desempenho representou o melhor primeiro semestre desde 2005, quando a variação havia sido de 5,4%. Sob essa mesma base de comparação, a massa de salários pagos aos operários ficou 5,6% maior.
Já o uso da capacidade instalada no primeiro semestre foi de 83,3 (numa base de 100), tido como elevado para padrões tradicionais do setor. Ao comentar esse nível, Paulo Mol, economista da CNI, disse que o uso intensivo do parque fabril é positivo por ser fator de estímulo ao investimento. Segundo ele, a tendência é a expansão do investimento nas indústrias na segunda metade do ano.
O uso da capacidade instalada reflete as condições operacionais das indústrias em atender a demanda sem que haja pressão de preços. É, também, um dos principais indicadores analisados pelo BC nas decisões sobre aumento dos juros.
Especificamente em junho, todos os indicadores apresentaram alta tanto na comparação com maio como na comparação com junho de 2007. O destaque foi, mais uma vez, o faturamento, que avançou 10,5% ante junho do ano passado e 2% sobre maio.
Os setores que apresentaram os maiores percentuais de aumento da receita foram as indústrias de aviões e motos, montadoras de veículos, fábricas de material eletrônico, de máquinas e equipamentos, de refino de álcool, de papel e celulose e fábrica de metais.
Para Paulo Mol, os bons resultados refletem o mercado interno, que se mantém ano como o motor da economia.
A CNI analisa que o ritmo intenso da atividade industrial tende a ser manter, mas com desaceleração, devido à elevada base de comparação com os primeiros seis meses do ano e como efeito da decisão do governo de combater a inflação por meio da elevação dos juros.
A alta dos juros encarece o crédito a empresas e consumidores e provoca redução do ritmo de expansão da economia.


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