|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
65% dos mortos
no país tinham
de 20 a 44 anos
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Levantamento do perfil
dos 56 mortos pela gripe A
(H1N1) confirmados até
anteontem no país mostra
que 65%, ou 36 deles, tinham entre 20 e 44 anos.
Os dados foram coletados
junto a secretarias de Saúde estaduais e municipais.
Ontem foram confirmadas mais duas mortes no
RS e três em SP (Campinas, São Caetano e Araraquara), somando 61 óbitos.
A concentração das
mortes entre adultos jovens é característica desse
novo vírus, já identificada
em outros países, e difere
da faixa etária mais vulnerável a mortes pela gripe
sazonal -que ocorrem, geralmente, de complicações secundárias.
Dados da Prefeitura de
São Paulo sobre mortalidade mostram que 78%
dos mortos por gripe comum e doenças a ela associadas na cidade, em 2008,
tinham mais de 65 anos.
Nessa faixa, foram só 2%
das mortes de gripe suína.
O motivo ainda é desconhecido dos especialistas,
pois há poucos estudos. A
análise dos 56 casos é possível, diz o epidemiologista Pedro Taiul (UnB), mas
não se pode dizer que o
comportamento do vírus
seguirá o mesmo.
É possível, porém, dizer
que é similar ao ocorrido
em países como Chile, Argentina, Canadá e EUA,
que tiveram índice alto de
mortes de adultos jovens.
A repetição do exemplo
internacional nas idades
era esperada, diz Nancy
Bellei, da Unifesp, assim
como um índice relevante
de mortes sem fator de risco identificado. Retirando-se das 56 mortes 7 em
que não há dados dos pacientes, o levantamento
aponta 45% sem fator.
Nos outros países, são
entre 30% e 50%, diz Jarbas Barbosa, da Opas (braço da OMS na América).
Os fatores de risco mais
identificados no levantamento são gestação, hipertensão, cardiopatia, diabetes e obesidade -de risco
só quando é mórbida.
Texto Anterior: Bebê que nasceu após mãe morrer de gripe suína tem alta Próximo Texto: Mortes Índice
|