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Juiz manda prender nove policiais acusados de roubo
Ordem inclui delegado suspeito de extorquir megatraficante colombiano
5 estão detidos; promotor
afirma que advogados dos
suspeitos foram alertados
após decisão judicial chegar
à corregedoria da polícia
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz da 3ª Vara Criminal de
Campinas (95 km de São Paulo), Nelson Augusto Bernardes
de Souza, determinou ontem a
prisão de nove policiais civis de
São Paulo acusados pelos crimes de roubo, tortura e concussão (extorsão cometida por empregado público).
Entre os acusados está Pedro
Luís Pórrio, delegado que é investigado também pela acusação de extorquir dinheiro do
megatraficante colombiano
Juan Carlos Abadía.
A decretação da prisão ocorreu porque, segundo denúncia
do Ministério Público, Pórrio
liderou oito policiais civis em
uma ação em Campinas que tinha como meta exigir dinheiro
de um suspeito de tráfico.
Segundo o promotor Fernando Viana, ao receber as ordens de prisão, integrantes da
Corregedoria da Polícia Civil
avisaram os responsáveis pelo
Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital) e, a
partir daí, os advogados deles
foram alertados.
Após a Folha questionar a
Secretaria da Segurança Pública sobre o caso, o governo de
José Serra (PSDB) anunciou a
prisão apenas dos investigadores Francisco Nacélio Pessoa,
Eduardo da Silva Benevides e
Luiz Cláudio de Oliveira.
Até então, o delegado Pórrio
e o chefe de investigadores que
trabalha com ele, Antonio Cabalero Cursi, eram considerados foragidos da Justiça. Às
23h30, ambos foram direto
com seus advogados para o
Presídio Especial da Polícia Civil, no Carandiru (zona norte).
Estão foragidos Daniel Pereira Dutra, Regina dos Santos,
Pablo Ricardo Pereira Xavier e
Sandro dos Santos.
Pórrio e Cursi tinham feito
um acordo com a corregedoria
para se apresentar hoje. Isso
causou um constrangimento
entre os promotores do caso e a
cúpula da Polícia Civil.
"Nós não fazemos acordo, só
queremos que a lei seja cumprida e eles sejam presos sem
nenhum tipo de acordo", disse
o promotor Viana, por volta
das 22h30 de ontem.
Conforme revelou a Folha
em 10 de outubro, Pórrio e seus
oito subordinados foram a
Campinas em 21 de setembro
prender o suposto traficante. O
telefone desse suposto traficante era grampeado pela Polícia Federal.
Os policiais teriam espancado o suposto traficante, sua
mulher e, segundo o promotor,
levaram R$ 35 mil. Ontem, o
homem preso naquela ação teve o pedido de relaxamento de
prisão aceito pela Justiça.
Em outro caso, Pórrio é investigado pelo Ministério Público pela acusação de exigir
US$ 800 mil para que Ana Maria Stein, mulher de um comparsa do megatraficante Juan
Carlos Abadía, não fosse presa.
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