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Kibon anuncia recall de sorvete com glúten no país
O rótulo do Cornetto Chococo, lançado há menos de um
mês, não informava que o produto contém a proteína
Glúten não pode ser
consumido por pessoas com
doença celíaca; empresa diz
não saber informar quantos
sorvetes foram vendidos
DA REPORTAGEM LOCAL
A fabricante de sorvetes Kibon, de propriedade da Unilever Brasil, comunicou um recall do Cornetto Chococo por ter, equivocadamente, informado na embalagem que o produto não contém glúten. O ingrediente, segundo confirmou ontem a empresa, está na composição da casquinha.
A Kibon diz que determinou
o recolhimento do produto e
disponibiliza o atendimento ao
consumidor pelo telefone
0800-707-99-33. Segundo a
empresa, todas as amostras já
foram recolhidas do mercado
desde a semana passada. Mas a
Kibon diz ser impossível informar quantos sorvetes foram
produzidos, vendidos ou coletados dos postos de venda.
O Cornetto Chococo está no
mercado há menos de um mês,
e, segundo a Unilever, foi um
lançamento para o verão.
Pessoas com a doença celíaca
não podem consumir glúten,
proteína presente no trigo, na
aveia, no centeio, na cevada e
no malte. A doença costuma
surgir na infância, mas pode
aparecer em qualquer idade.
A celíaca pode causar vômitos, diarréias, distensão abdominal e dificuldade na absorção
dos nutrientes pelo organismo.
Segundo a Acelbra (Associação dos Celíacos do Brasil), pessoas com sensibilidade ao glúten devem evitar produtos como pães, biscoitos, bolos, massas, salsichas, hambúrguer e
salgadinhos. Em 2003, entrou
em vigor uma lei que obriga fabricantes a incluir nos rótulos
as expressões "contém glúten"
ou "não contém glúten".
Estudo feito na cidade de São
Paulo pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
com 3.000 doadores de sangue
mostra que há mais afetados
pelo problema na população do
que se imaginava. Ao menos
um em cada 214 pessoas estudadas apresentou a doença.
"O problema é que, muitas
pessoas, por mais que se oriente, não lêem o rótulo com os ingredientes dos produtos", diz
Raquel Benati, presidente da
Associação de Celíacos do Rio
de Janeiro. "É preciso enviar
cartas para cada celíaco do Brasil informando o erro."
"Muitos alimentos nem se
sabe que têm glúten. Ketchup,
por exemplo. A intolerância ao
glúten é uma doença que pode
matar e não se cura com remédio nenhum. É só não comer
nada com o ingrediente", afirma o gastroenterologista pediátrico Jayme Murahovschi.
O Procon paulista informou
que, por se tratar de possibilidade de risco à saúde do consumidor, a empresa deve, além de
recolher o produto do mercado,
divulgar amplamente o recall
em jornais, rádio e TV, conforme a legislação brasileira.
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