São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2008

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Caminhoneiro é baleado, atropela camelô e morre

Arno Ruediger, 65, foi atingido em assalto e perdeu o controle do caminhão em SP

A comerciante Ivone Mendes Coelho, 57, que passava pelo local onde ocorreu a tentativa de assalto, foi atropelada pelo caminhão e também morreu


Rivaldo Gomes/Folha Imagem
Caminhão cujo motorista levou um tiro e perdeu a direção em SP

VITOR SORANO
DO "AGORA"

Atingido por um tiro no pescoço ao ser alvo de uma tentativa de assalto, um caminhoneiro perdeu o controle do veículo e atropelou uma vendedora ambulante na madrugada de ontem, na Vila Guilherme (zona norte de São Paulo).
Arno Ruediger, 65, que dirigia o caminhão, morreu na hora. A vendedora, com fraturas expostas nas duas pernas, foi socorrida mas não resistiu. Ninguém foi preso.
O caminhoneiro saiu de Pomerode (SC) com uma carga de madeira, recipientes de plástico, brinquedos e panos, avaliada em R$ 32 mil. Por volta das 4h30, foi abordado em um assalto enquanto transitava pela rua Nelson de Moraes Lopes, próximo à transportadora para a qual prestava serviço.
O caminhão ficou sem controle, passou por um canteiro, atravessou as duas pistas da rua dos Machados e atropelou a comerciante Ivone Mendes Coelho, 57, que passava pelo local. Em seguida, o veículo atingiu uma concessionária de carros e um ponto de ônibus, na esquina com a rua Francisco Duarte.
Segundo um perito, o tacógrafo apontou que a velocidade do caminhão na hora do acidente era de 40 km/h.
Até ontem, a polícia não havia informado se Ruediger tentou fugir do assalto e em que momento ele perdeu o controle do caminhão.
O caminhoneiro foi atingido do lado esquerdo do pescoço por um tiro de revólver calibre 38. Foram achados outros dois projéteis intactos perto do local do crime. Nem a carga nem os malotes que Ruediger carregava -um com notas fiscais- foram levados. O caminhoneiro foi encontrado já morto.
Ivone foi levada com vida para o hospital do Mandaqui, mas não resistiu. "Eu vi a senhora [Ivone] caída. Ela estava acordada, gemendo. "Ai, ai, tá doendo". Dizem que ela vende café aí no ponto mesmo", disse o segurança Ricardo Resente Ivo, 38, testemunha do crime. Ele nega ter visto o autor do disparo que matou Ruediger.
O carrinho com bolos e garrafas de café, além do tabuleiro de lona sobre o qual ela vendia os produtos, foram recolhidos pela polícia. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, Ivone passou por uma cirurgia às 10h e morreu às 12h30.
A perícia manteve o corpo de Ruediger até as 9h30 no local. Duas faixas da rua no sentido marginal ficaram interditadas.
Segundo um funcionário da transportadora para a qual o caminhoneiro trabalhava, a empresa sofreu outros dois roubos nos últimos 15 dias.
O caso foi registrado como homicídio qualificado e lesão corporal culposa na condução de veículo. A Secretaria da Segurança Pública informou que a polícia não havia sido notificada da morte de Ivone até a noite de ontem. Como não se sabe quem matou Ruediger, o caso será investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

Outros assaltos
Ruediger havia sido assaltado duas vezes em São Paulo e, segundo a família, temia a violência da cidade e da profissão, que exercia há 40 anos.
"Ele era muito precavido e tinha medo. Já tinha comentado com a família", contou um primo de Ruediger, que não quis se identificar. A reportagem tentou entrar em contato com a família de Ivone Mendes Coelho, mas não conseguiu. Até as 18h de ontem, o hospital do Mandaqui também não havia conseguido contato. O corpo permanecia no hospital.


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