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WADY MIGUEL HAKIM (1931-2009)
O dono da serraria era amigo de todos
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
O leque de amizades de
Wady Miguel Hakim ia do
bêbado que sempre pedia dinheiro na porta de sua serraria ao prefeito da cidade,
conta a filha Rosana.
"Eu insistia para que ele
parasse de dar dinheiro
àquele rapaz, mas ele continuava dando", diz ela. Certo
dia, calhou de o moço que bebia bater na porta da casa dele às duas da manhã.
Wady se irritou. "Que história é essa de bater na minha casa a essa hora?" E o bêbado: "Se não for o senhor,
quem vai falar comigo?"
Nascido em São Miguel
Arcanjo (SP), começou a trabalhar cedo. Aos 16, conseguiu com um delegado amigo
uma permissão para dirigir.
De caminhão, vinha a São
Paulo entregar carvão.
Em sua cidade, foi vereador várias vezes. "Mais de
quatro mandatos." Segundo
a filha, o pai presidiu a Câmara Municipal por 16 anos.
Em 1970, mudou-se para
Itapetininga (SP), transferindo sua serraria "para perto de onde estavam as madeiras", e desistiu da política.
Na década de 1990, expandiu os negócios, criando uma
fábrica de embalagens de
madeira, que são vendidas
para diversas empresas exportadoras de produtos, como as de geladeiras.
Fundou também um serviço de obras sociais. Até passar por uma cirurgia de estômago, no mês passado, ainda
trabalhava. Morreu na terça,
aos 77, de septicemia. Deixa
viúva, três filhos e um neto.
A missa de sétimo dia será
hoje, às 18h, na catedral de
Itapetininga. O bêbado que
pedia dinheiro, segundo a filha, estava presente no velório de seu pai.
obituario@grupofolha.com.br
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