São Paulo, domingo, 17 de maio de 2009

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WADY MIGUEL HAKIM (1931-2009)

O dono da serraria era amigo de todos

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

O leque de amizades de Wady Miguel Hakim ia do bêbado que sempre pedia dinheiro na porta de sua serraria ao prefeito da cidade, conta a filha Rosana. "Eu insistia para que ele parasse de dar dinheiro àquele rapaz, mas ele continuava dando", diz ela. Certo dia, calhou de o moço que bebia bater na porta da casa dele às duas da manhã. Wady se irritou. "Que história é essa de bater na minha casa a essa hora?" E o bêbado: "Se não for o senhor, quem vai falar comigo?" Nascido em São Miguel Arcanjo (SP), começou a trabalhar cedo. Aos 16, conseguiu com um delegado amigo uma permissão para dirigir. De caminhão, vinha a São Paulo entregar carvão. Em sua cidade, foi vereador várias vezes. "Mais de quatro mandatos." Segundo a filha, o pai presidiu a Câmara Municipal por 16 anos. Em 1970, mudou-se para Itapetininga (SP), transferindo sua serraria "para perto de onde estavam as madeiras", e desistiu da política. Na década de 1990, expandiu os negócios, criando uma fábrica de embalagens de madeira, que são vendidas para diversas empresas exportadoras de produtos, como as de geladeiras. Fundou também um serviço de obras sociais. Até passar por uma cirurgia de estômago, no mês passado, ainda trabalhava. Morreu na terça, aos 77, de septicemia. Deixa viúva, três filhos e um neto. A missa de sétimo dia será hoje, às 18h, na catedral de Itapetininga. O bêbado que pedia dinheiro, segundo a filha, estava presente no velório de seu pai.
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