São Paulo, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

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Personalizar fantasia é moda entre os blocos de rua do Rio

Rafael Andrade/Folha Imagem
Foliões de blocos de rua do Rio, que criam as suas fantasias

DA SUCURSAL DO RIO

Com pouco dinheiro, muita criatividade e não necessariamente algum sentido, foliões cariocas criam suas fantasias de Carnaval. Dependendo da reação do público, a alegoria vira uniforme oficial da folia.
Sentido não faltava para o oftalmologista Marcelo Pinheiro, 45, quando, em 1986, saiu como marionete pela primeira vez. "Era uma crítica política, após o país ter eleito o primeiro presidente [depois da ditadura]."
A fantasia da jornalista Cristina Sarquis, 50, carrega hereditariedade. Sem ideias do que vestir para sair no bloco Gigantes da Lira, lembrou-se do que vira a mãe usar há 36 anos. Vestiu-se com uma toalha adaptada com elástico e enrolou outra na cabeça. Ela de verde e duas amigas de rosa e laranja formaram o grupo Enxutas. "É irreverente, mas não indecente", diz Cristina, que assegura: "A gente usa biquíni por baixo".
Mesmo sem direitos autorais, há um código no Carnaval carioca: não se copia fantasia. "O que se copia é a ideia de originalidade. A pessoa pensa: "Ano que vem, tenho que sair com uma fantasia tão original como essa", diz Felipe Ferreira, coordenador do Centro de Referência do Carnaval da Uerj.
Para Sueli Nascimento, 53, a fantasia é uma intervenção. Desde 2003 carrega o estandarte "Xixi Feliz". A produtora distribui, vende ou troca por cerveja um cone de papelão para mulheres urinarem em pé. "Ensino a fazer xixi no bueiro para a cidade não cheirar mal." (ITALO NOGUEIRA)


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