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foco
Personalizar fantasia é moda entre os blocos de rua do Rio
Rafael Andrade/Folha Imagem
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Foliões de blocos de rua do Rio, que criam as suas fantasias
DA SUCURSAL DO RIO
Com pouco dinheiro, muita
criatividade e não necessariamente algum sentido, foliões
cariocas criam suas fantasias
de Carnaval. Dependendo da
reação do público, a alegoria vira uniforme oficial da folia.
Sentido não faltava para o oftalmologista Marcelo Pinheiro,
45, quando, em 1986, saiu como
marionete pela primeira vez.
"Era uma crítica política, após o
país ter eleito o primeiro presidente [depois da ditadura]."
A fantasia da jornalista Cristina Sarquis, 50, carrega hereditariedade. Sem ideias do que
vestir para sair no bloco Gigantes da Lira, lembrou-se do que
vira a mãe usar há 36 anos. Vestiu-se com uma toalha adaptada com elástico e enrolou outra
na cabeça. Ela de verde e duas
amigas de rosa e laranja formaram o grupo Enxutas. "É irreverente, mas não indecente",
diz Cristina, que assegura: "A
gente usa biquíni por baixo".
Mesmo sem direitos autorais, há um código no Carnaval
carioca: não se copia fantasia.
"O que se copia é a ideia de originalidade. A pessoa pensa:
"Ano que vem, tenho que sair
com uma fantasia tão original
como essa", diz Felipe Ferreira,
coordenador do Centro de Referência do Carnaval da Uerj.
Para Sueli Nascimento, 53, a
fantasia é uma intervenção.
Desde 2003 carrega o estandarte "Xixi Feliz". A produtora
distribui, vende ou troca por
cerveja um cone de papelão para mulheres urinarem em pé.
"Ensino a fazer xixi no bueiro
para a cidade não cheirar mal."
(ITALO NOGUEIRA)
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