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Ampliação ameaça 35 famílias de comunidade rural alemã
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
"O que nos deixa mais chocados é essa agonia de não saber o
que vai acontecer. Não sabemos nem quanto tempo darão
para a gente sair daqui."
A frase do produtor rural
Gerson Schäfer, 54, resume a
preocupação de cerca de 35 famílias da comunidade de imigrantes alemães e seus descendentes da colônia de Friburgo,
que terão de deixar a área para
a ampliação de Viracopos.
Friburgo é um bairro com
cultivo de uvas, gado e feijão,
entre outros, formado em meados do século 19 por alemães da
região de Schleswig-Holstein.
Há dois decretos -um de
2006 e outro de 2008- da Prefeitura de Campinas que tornam parte do entorno de Viracopos como de utilidade pública. A maior parte dos 4.000 m2
da sede da colônia estão dentro
do primeiro decreto.
A comunidade chegou a ter
mais moradores, mas com a
crise da cafeicultura muitos
deixaram o local, no início do
século 20. Diversas famílias
ainda visitam a colônia para assistir aos cultos na Igreja Evangélica de Confissão Luterana,
fundada em 1933, e homenagear os mortos na Associação
Funerária do Friburgo, fundada em 1887. Com a ampliação, a
igreja pode ser destruída.
"Fizeram um malabarismo
para não atingir o cemitério,
mas a igreja terá de ser destruída. As pessoas não entendem
que tudo isso tem um valor histórico", diz Schäfer.
(MAURÍCIO SIMIONATO)
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