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Aeroporto terá movimento 30 vezes maior
Viracopos vai suprir demanda que Cumbica, mesmo com mais um terminal, e Congonhas não conseguem suportar
Previsão em estudo de impacto ambiental aponta que fluxo de passageiros em SP deve ir de 34 milhões para 115 milhões até 2025
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Infraero (estatal que administra aeroportos) pretende investir R$ 6,4 bilhões até 2025
para tornar o aeroporto de Viracopos, em Campinas, o mais
movimentado do país. A expectativa é ampliar em mais de 30
vezes a capacidade do aeroporto, habilitando-o a receber 61
milhões de passageiros por ano
até 2025 -ou 4,6 vezes o total
de passageiros que passou por
Congonhas no ano passado.
Estimativa da Anac (Agência
Nacional da Aviação Civil) prevê para 2025 um movimento de
115 milhões de passageiros por
ano em Cumbica (Guarulhos),
Congonhas e Viracopos. No
ano passado, Viracopos foi responsável por apenas 1,08 milhão dos 34 milhões de passageiros dos três aeroportos.
Entretanto, tanto Congonhas quanto Cumbica já funcionam com saturação e nem o
terceiro terminal que será
construído em Guarulhos dará
conta da demanda prevista. Por
isso, a Infraero quer expandir
Viracopos, hoje utilizado principalmente para cargas. O Ministério da Defesa, porém,
mantém o plano de construção
de um terceiro aeroporto na
Grande São Paulo, ainda sem
prazo e local definidos.
O plano de expansão consta
do Estudo de Impacto Ambiental para a ampliação de Viracopos, que, pelo projeto, ganhará
uma segunda pista, um novo
terminal de passageiros 13 vezes maior que o atual e um pátio de aeronaves com o dobro
do tamanho até 2015, data prevista para o fim da primeira e
principal fase da expansão.
A área prevista para a ampliação é de 27 milhões de metros quadrados -mais de três
vezes a atual e equivalente a
duas vezes a de Cumbica ou 16
vezes a área de Congonhas. A
previsão é de início das obras
em setembro deste ano, com
conclusão da segunda pista para pousos no final de 2011.
Segundo o estudo, as cerca de
3.700 pessoas que vivem na
área prevista para a ampliação
terão de ser indenizadas. A
maioria das propriedades é de
famílias de baixa renda. Empresas de mineração, chácaras
de fim de semana e até um local
histórico -a área remanescente da colônia alemã de Friburgo
(leia mais nesta página)- estão
na área da ampliação.
O relatório, disponível desde
meados de janeiro para consulta pública em sete prefeituras
de municípios afetados direta
ou indiretamente pela expansão -Campinas, Paulínia, Jaguariúna, Sumaré, Hortolândia, Valinhos e Vinhedo-, será
discutido em audiência pública
na Câmara Municipal de Campinas na quinta-feira.
A audiência é um dos passos
para a obtenção do licenciamento ambiental do projeto,
que a Infraero espera obter da
Secretaria Estadual do Meio
Ambiente a tempo de iniciar as
obras no prazo estabelecido.
Dos 35 impactos ambientais
contabilizados em decorrência
da expansão, 28 são considerados negativos e requerem medidas de compensação por parte da Infraero -porém, além da
valorização imobiliária no entorno do aeroporto, nenhum
outro é considerado de "alta relevância", segundo o relatório.
Iniciativa privada
A ampliação deverá ser custeada com verbas da própria estatal e do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento),
do governo federal. Segundo a
Infraero, o plano de ampliação
está sendo levado adiante independentemente da possibilidade de concessão do aeroporto à
iniciativa privada, anunciada
pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, no ano passado.
Jobim deverá receber da
Anac, até meados de junho, um
modelo de concessão de aeroportos que está sendo elaborado pela agência e pelo BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
A sugestão será encaminhada
ao presidente Lula, a quem cabe tomar a decisão final.
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