São Paulo, sábado, 15 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Irmã de motorista que bateu na contramão diz que ele desmaiou

Segundo ela, condutor sofre de síndrome relacionada ao estresse e tomava antidepressivo

Família pagou fiança de R$ 30 mil; motorista está na UTI e teve sangue retirado para ver dosagem alcoólica

REYNALDO TUROLLO JR.

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A advogada Beatriz de Alcântara Oliveira, irmã do motorista bateu na contramão em três carros na avenida Europa, no Jardim Europa (zona oeste), afirmou ontem que o irmão não havia bebido, como disse a polícia.
Segundo ela, Guilherme de Alcântara Oliveira, 48, sofre de um mal que causa desmaios em situações de dor ou estresse ("síndrome do nervo vago"). Ele teria "apagado" enquanto dirigia seu carro.
Ela disse também que ele toma um antidepressivo.
"Ele contou que sentiu câimbra muito fortes após fazer musculação e de repente desmaiou. Só acordou depois do acidente", disse Beatriz. "Por isso o carro dele invadiu a pista contrária."
O acidente ocorreu na noite de quarta. O Peugeot em que Oliveira estava bateu em três carros. Ana Paula Stocco, 21, passageira de um deles, foi levada ao Hospital das Clínicas e, até ontem, estava na UTI, mas não corria risco de morte.
Oliveira, que é empresário e carateca, também se feriu e está em observação na UTI do hospital São Luiz.

OCORRÊNCIA
O caso foi registrado como tentativa de homicídio, lesão corporal e embriaguez ao volante. A policial militar que atendeu a ocorrência disse que ele "estava desorientado, falava com dificuldade e exalava forte odor etílico".
A irmã do suspeito disse acreditar que a agente tenha se confundido ao vê-lo voltando do desmaio.
Oliveira teve prisão preventiva decretada e ficou internado sob escolta policial.
Ontem, ele conseguiu liberdade provisória após pagar fiança de R$ 30 mil.
A Secretaria de Segurança Pública informou que o delegado do caso protocolou, no dia, um pedido para que fossem feitos exames de dosagem alcoólica no hospital.
Os laudos, segundo a SSP, ficarão prontos em até 30 dias.
Uma neurologista consultada pela Folha disse que o mal ao qual a irmã de Oliveira se refere deve ser a síncope vasovagal. Segundo ela, nada impede que alguém com essa síncope dirija, a não ser que o desmaio seja muito frequente -o que é incomum.
A médica disse ainda que os desmaios podem ser pressentidos. O remédio mencionado por Beatriz (Lexapro) é leve e não costuma ter efeitos colaterais, diz a especialista.


Texto Anterior: FOLHA.com
Próximo Texto: Frases
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.