DA REPORTAGEM LOCAL

O pedaço da cidade onde se paga mais caro para estacionar foi justamente o escolhido pela gestão Gilberto Kassab (DEM) como primeiro alvo da nova política de supressão de vagas nas ruas para ganhar espaço para a fluidez do trânsito. Nos Jardins (zona oeste de São Paulo), o preço médio da primeira hora de estacionamento é de R$ 7,40, contra R$ 5,89 do Itaim Bibi (zona oeste), segundo a lista do Sindepark (sindicato das empresas de estacionamento de São Paulo) com dados de 2007. Alguns já cobram até R$ 15.
Ontem, no primeiro dia com aproximadamente 500 vagas a menos de zona azul em 21 ruas de Jardim Paulista (zona oeste) e Consolação (centro) -eram 2.192 até sexta-feira passada-, cresceu a procura por uma vaga em estacionamentos privados, segundo funcionários. Alguns chegaram a reajustar preços. Motoristas reclamaram da falta de vagas na zona azul, mas notaram melhoria da fluidez.
A região dos Jardins registrou também a maior alta de preços desde 2003: 26,86%, quase o triplo dos 9,47% registrados no Itaim Bibi.
"Fui obrigada a estacionar aqui [no estacionamento pago] porque não tem mais vaga. Os preços estão exorbitantes", reclamou a psicóloga Juliana Bonduki, 43. Por volta das 16h30, ela pagou R$ 18 -R$ 13 pela primeira hora, mais R$ 5 por uma hora adicional, no estacionamento Rede Park, na rua Hadock Lobo. O local foi um dos dois, entre nove estacionamentos visitados pela reportagem, que reajustaram os preços após a supressão das vagas nas ruas -a primeira hora passou de R$ 12 para R$ 13.
O outro foi o Park Star, na rua da Consolação, que aumentou de R$ 100 para R$ 150 a taxa mensal por meio período, pela manhã.
O ator Pablo Rodrigues, 29, conta que gasta R$ 50 em um passeio de fim de semana. Ou seja: pelo preço médio, em duas horas, quase um terço (R$ 14,80) vai para pagar o estacionamento.


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