São Paulo, domingo, 31 de maio de 2009

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Eleitor elogia o anúncio do câncer, mas teme doença

Para 81%, Dilma agiu bem ao revelar seu tratamento

DA REPORTAGEM LOCAL

Os eleitores aprovaram o anúncio da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), de que está em tratamento contra um câncer linfático.
Entre os brasileiros que declararam ter tomado conhecimento da doença de Dilma, ela atinge 22% das intenções de voto -taxa seis pontos superior a sua média nacional-, enquanto José Serra (PSDB) aparece com35%, índice um pouco abaixo de sua média nacional.
Segundo o Datafolha, para 81% dos entrevistados ela agiu bem ao anunciar publicamente a doença, revelada pela Folha. Apenas 8% reprovaram a atitude da ministra de Lula -11% não souberam responder.
Contudo, 45% dos entrevistados consideram que o fato do candidato não ter problemas na saúde é muito importante na hora de definir o voto. Outros 19% classificaram esse fato como um pouco importante, e 34%, como nada importante.
Grau de informação Ainda de acordo como Datafolha, 65% tomaram conhecimento da doença da ministra -23% deles se consideram bem informados, 32% estão mais ou menos informados e 10%se julgam informados.
O grau de informação é mais elevado no Rio Grande do Sul (77% de conhecimento), Estado em que Dilma desenvolveu sua carreira política. A ministra luta contra um câncer linfático e, segundo os médicos, suas chances de cura estão acima de 90%. A equipe que cuida de Dilma diz que ela tem reagido bem aos tratamentos, inclusive às sessões de quimioterapia.
No dia 22, a petista deixou o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após ter ficado internada por três dias por conta de fortes dores nas pernas decorrentes da quimioterapia. Dentro do PT, a doença é abordada com discrição e nunca como obstáculo para que a ministra confirme sua condição de pré-candidata do partido e do presidente Lula.
Na oposição, porém, há o temor de que os petistas utilizem o problema de maneira "eleitoreira", na tentativa de aumentar o graude popularidade de Dilma.
No mês passado, em evento no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, a petista foi homenageada e saudada como "guerreira". Ela, por sua vez, não citou a doença ao discursar.

Escolaridade
No principal cenário da pesquisa, com Serra na condição de candidato do PSDB, a diferença do tucano em relação à petista é de 11 pontos percentuais entre os eleitores com nível superior de escolaridade, metade da registrada na média nacional (22 pontos): o governador paulista aparece aí com 33%, contra 22% da ministra.
A diferença entre eles também se estreita na faixa do eleitorado com renda familiar mensal acima de dez salários: Serra tem 34%, e Dilma, 23%. Em termos regionais, a pesquisa Datafolha mostra que o Nordeste, onde o presidente Lula tem grande popularidade, deverá ser um dos alvos da campanha de Serra, caso ele conquiste o direito de concorrer pelo PSDB. Na região, o tucano tem 29%, e a petista,19%.
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG)



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