Presidente da Câmara diz que será um companheiro de chapa "discreto" e viaja aos EUA para se encontrar com a pré-candidata

Partido decide realizar as convenções estaduais após o encontro nacional, para evitar que disputas locais atrapalhem aliança com PT

MARIA CLARA CABRAL
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Maior partido do país, o PMDB indicou ontem o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (SP), para vice na chapa da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. A decisão foi unânime, mas precisa ser ratificada em convenção no dia 12 de junho.
Ao final do encontro da Executiva, Temer, que também preside o PMDB, admitiu pela primeira vez para os jornalistas que é candidato a vice e disse que dará início a uma agenda de viagens pelo país.
A indicação de Temer já era esperada, mas acontece após muitos desencontros entre PT e PMDB. Ontem mesmo ele embarcou para Nova York, onde irá se encontrar com Dilma. Na volta, deve participar de uma reunião com prefeitos de Santa Catarina.
"É necessário que o vice também viaje por todo o país. Começo agora, mas a intensificação acontecerá após a oficialização", disse o deputado.
Dilma, por sua vez, seguiu o script e festejou publicamente a ratificação do nome do peemedebista. "Queria saudar o PMDB por ter escolhido um vice de tanta qualidade como o Temer. Acho um excelente vice", afirmou, antes de se reunir com prefeitos aliados, em Brasília.
No encontro, a Executiva definiu que as convenções estaduais acontecerão a partir do dia 15 de junho, para evitar que dificuldades com alianças locais contaminem o cenário nacional. No dia 12 de junho o PMDB se reúne e deve ratificar o apoio ao PT.
Sobre a questão nos Estados, Temer diz que há tempo "para tentar solucionar essa questão". "A nossa convenção nacional vai pautar muita coisa e muitas conversas vão acontecer até lá."
Segundo Temer, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, o informou que a situação de Minas Gerais, um dos Estados mais problemáticos, será resolvida até o dia 6. Lá, Hélio Costa (PMDB) e Fernando Pimentel (PT) disputam vaga para o governo.
Dilma também afirmou que a ratificação do nome de Temer pode contribuir para a resolução dos impasses regionais. "Pelo que ele [Temer] me disse, acho que grande parte do PMDB está bastante unido."
Na reunião, o senador Gerson Camata (PMDB) e Geddel Vieira Lima (PMDB), pré-candidato ao governo da Bahia, perguntaram se peemedebistas podem subir no palanque de José Serra (PSDB). O partido não respondeu, pois aguarda a resposta do TSE a esse questionamento. O deputado Eduardo Cunha (PMDB), porém, já fez uma ameaça velada aos dissidentes.


Texto Anterior: Foco: Cofre das eleições tem seis portas codificadas e até sistema antiterremoto
Próximo Texto: Frase
Índice