São Paulo, sábado, 25 de novembro de 2006

Primeiro beijo

Mesmo com medo e vergonha, meninos e meninas sonham cada vez mais cedo com esse momento

GABRIELA ROMEU
DA REPORTAGEM LOCAL

Tem gente que diz que é "booom" como chocolate. Há aqueles que ficam vermelhos como pimentões só de ouvir falar no tema. Outros só pensam no assunto. Alguns acham que ainda não é chegada a hora.
Hora de quê? Do primeiro beijo na boca. Às vezes, sem planejar, ele surge. Foi assim com o casal de namorados João, 11, e Carolina, 10, que são colegas de escola. Os dois namoram há algumas semanas, mas ele não esconde sua paixão: seu "nick" do MSN é "eu amo a Carol".
Como tudo começou? "Ela era minha amiga mais chegada da escola", conta João. Na verdade, explica Carolina, os dois já namoraram na terceira série. "Mas era um namoro "fraquinho', a gente só ia de perua para a escola", diz a menina.
Agora o namoro dos dois é diferente. Um dia, na sala de aula de música, quando ninguém estava por perto, um pegou na mão do outro. O coração até acelerou e... rolou um beijo. João diz que foi um beijão: "Foi uma experiência única". Carolina, mais tímida, sustenta outra versão: foi só um "selinho".

Cedo demais?
Maíra Tanis, psicóloga especializada em criança, explica que meninos e meninas têm demonstrado interesse em descobrir o primeiro beijo cada vez mais cedo. "O que antes surgia aos 13 ou 14 anos hoje brota aos dez ou 11 anos", diz.
A psicanalista Ada Morgenstern, do Instituto Sedes Sapientiae, alerta para o fato de que os pais não devem incentivar nem deixar de falar sobre esse assunto com os filhos em casa.

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