São Paulo, sábado, 21 de outubro de 2006

No mundo da animação

Siga os passos de alguns artistas para aprender a dar vida a objetos, papéis e sombras

KATIA CALSAVARA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um ovo está com medo de descer pelo escorregador e, lá embaixo, os legumes gritam: "Desce! Desce!". Com medo, ele sobe a escadinha, toma coragem e... o final da cena você pode imaginar. No teatro de animação é assim: qualquer coisa -objeto, sombra e legume- pode ganhar vida.
No palco, em uma barraca ou até atrás de um sofá, a pessoa que dá vida a essas coisas é conhecida como manipulador. Ele dá graça ao espetáculo, cria vozes e inventa movimentos diferentes para o personagem.
Valdeck de Garanhuns, 54, é um manipulador. O pernambucano é um artista do teatro de mamulengos, tradicional no Nordeste. E faz de tudo: bola a história, esculpe os bonecos em madeira e toca instrumentos.
Nesse teatro, não existe roteiro certo. As falas são inventadas na hora, e os bonecos aprontam várias confusões no espetáculo, que costuma durar bastante tempo. "Às vezes, começa de noite e vai até o dia raiar", conta.
Mamulengo quer dizer "mão mole". Isso porque você veste o boneco na mão, como um fantoche, e deixa a criatura cair na dança, bem molinha ao som de zabumbas, triângulos e ganzás.
O artista lembra que o teatro de mamulengos foi um dos primeiros a usar bonecos no Brasil. Chegou aqui com os portugueses e se fixou na época das invasões holandesas no Nordeste, por volta de 1630.
Bem mais tarde, vários bonecos diferentes se espalharam pelo país, com a chegada de imigrantes europeus. Mas se acredita que o teatro de animação tenha origem bem mais antiga, ainda nas cavernas, quando os homens pré-históricos possivelmente se comunicavam por meio de desenhos, paus e pedras.
Nestas páginas, a Folhinha traz duas receitas fáceis para você criar seres animados. Aí é só soltar a imaginação e convidar a turma para formar a platéia em casa. Abra as cortinas!

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