São Paulo, sábado, 17 de novembro de 2007

Ciência

Detetive da natureza

MARA OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Há poucas semanas cientistas anunciaram a descoberta de uma nova espécie de rã na Índia. E o que mais chamou a atenção: ela tem só um centímetro -menor do que a unha de um adulto.
Mas, se você pensa que animais tão pequenos assim somente podem ser encontrados em locais distantes, está bem enganado.
No Brasil, há sapos que também têm cerca de um centímetro de comprimento, entre outros bichos pequenos (leia mais à direita).
E, para descobrir algumas dessas espécies minúsculas, os cientistas dão um duro danado. Haja persistência!
O biólogo Luiz Fernando Ribeiro, que pesquisa sapos minúsculos, já perdeu a conta das vezes que subiu montanhas em busca desses animais. Após horas de caminhada, não achou nenhum.
"Às vezes, o dia está bom para você ir a campo estudar esses bichos, mas não está bom para eles", explica. É que, quando o clima está seco demais, os sapinhos ficam bem escondidos.
Alguns cientistas poucas vezes ficaram frente a frente, na natureza, com os bichos que estudam. É assim com Roberto Siqueira, que estuda o tamanduaí e viu esse animal livre na mata só uma vez em mais de duas décadas de trabalho.
Mas há uma explicação: o bicho tem hábitos noturnos e vive no topo de árvores que têm a altura de um prédio de quatro andares. Então o jeito é estudar os que vivem em cativeiro.
Ou até pesquisar os rastros deixados na natureza. O pesquisador Marcos Tortato estuda pegadas e as fezes do gato-do-mato, que são úteis para se identificar o que ele come. "É um trabalho de investigador."

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