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Ciência
Detetive da natureza
MARA OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Há poucas semanas cientistas anunciaram a descoberta de uma nova espécie
de rã na Índia. E o que mais
chamou a atenção: ela tem
só um centímetro -menor
do que a unha de um adulto.
Mas, se você pensa que
animais tão pequenos assim
somente podem ser encontrados em locais distantes,
está bem enganado.
No Brasil, há sapos que
também têm cerca de um
centímetro de comprimento, entre outros bichos pequenos (leia mais à direita).
E, para descobrir algumas
dessas espécies minúsculas,
os cientistas dão um duro
danado. Haja persistência!
O biólogo Luiz Fernando
Ribeiro, que pesquisa sapos
minúsculos, já perdeu a
conta das vezes que subiu
montanhas em busca desses animais. Após horas de
caminhada, não achou nenhum.
"Às vezes, o dia está bom
para você ir a campo estudar esses bichos, mas não
está bom para eles", explica.
É que, quando o clima está
seco demais, os sapinhos ficam bem escondidos.
Alguns cientistas poucas
vezes ficaram frente a frente, na natureza, com os bichos que estudam. É assim
com Roberto Siqueira, que
estuda o tamanduaí e viu esse animal livre na mata só
uma vez em mais de duas
décadas de trabalho.
Mas há uma explicação: o
bicho tem hábitos noturnos
e vive no topo de árvores
que têm a altura de um prédio de quatro andares. Então o jeito é estudar os que
vivem em cativeiro.
Ou até pesquisar os rastros deixados na natureza.
O pesquisador Marcos Tortato estuda pegadas e as fezes do gato-do-mato, que
são úteis para se identificar
o que ele come. "É um trabalho de investigador."
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