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Amizade
Clubinho só de amigos
Crianças contam como são formadas as panelinhas na hora do recreio
GABRIELA ROMEU
DA REPORTAGEM LOCAL
P
anelinha das meninas
que lancham na escada, grupinho dos meninos que disputam a bola
na quadra ou clubinho de
amigos que não se desgrudam nem na hora da lição de
casa: qual é a sua turma?
No Colégio Dante Alighieri, oito meninas têm diariamente um encontro marcado durante o recreio, na escada ao lado da lanchonete
-o local foi "fundado" por
três delas. Ali lancham, trocam confidências e brigam.
"A gente briga uma vez por
mês, está combinado", brinca Maria Luiza M., 9.
Mas briga mesmo é quando alguém entra no grupo,
ou "invade" o local, sem pedir permissão. "A gente tem
de analisar se a menina pode entrar ou não. No começo, tem sempre uma rejeição", afirma Bruna Facó, 10.
Também não é fácil entrar num grupinho, do Colégio Pentágono, que é liderado por Beatriz Rosa, 8. "A
gente quer uma menina que
seja confiável. Que vai saber
tudo da gente, mas que não
vá contar para as outras."
A alguns quilômetros dali,
no Colégio Lourenço Castanho, na turma do 5º ano, há
o grupinho "das fofoqueiras, o dos meninos que se
acham "malandros' e o dos
que fazem parada de mão".
Mas a aluna Isabella Pileggi, 10, conta que não é de
um grupinho só. "É legal se
misturar com outras pessoas. O grupinho pode virar
grupão", diz a menina, que é
disputada por dois grupos
de colegas na escola.
Outra que se diz "em cima
do muro" é Erika da Silva, 9,
que, às vezes, lancha com o
"grupinho da escada", mas
também dá uma de "juíza"
com o pessoal do futebol.
A psicopedagoga Maria
Irene Maluf, presidente da
Associação Brasileira de
Psicopedagogia, explica que
é legal e válido estar aberto a
outras amizades. "Para termos mais amigos, é importante aprender a aceitar o
outro, que é diferente
mesmo, mas nem melhor nem pior."
Que tal colocar essa
idéia em prática no
próximo recreio?
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