São Paulo, sábado, 17 de março de 2007

Amizade

Clubinho só de amigos

Crianças contam como são formadas as panelinhas na hora do recreio

GABRIELA ROMEU
DA REPORTAGEM LOCAL

P anelinha das meninas que lancham na escada, grupinho dos meninos que disputam a bola na quadra ou clubinho de amigos que não se desgrudam nem na hora da lição de casa: qual é a sua turma?
No Colégio Dante Alighieri, oito meninas têm diariamente um encontro marcado durante o recreio, na escada ao lado da lanchonete -o local foi "fundado" por três delas. Ali lancham, trocam confidências e brigam. "A gente briga uma vez por mês, está combinado", brinca Maria Luiza M., 9.
Mas briga mesmo é quando alguém entra no grupo, ou "invade" o local, sem pedir permissão. "A gente tem de analisar se a menina pode entrar ou não. No começo, tem sempre uma rejeição", afirma Bruna Facó, 10.
Também não é fácil entrar num grupinho, do Colégio Pentágono, que é liderado por Beatriz Rosa, 8. "A gente quer uma menina que seja confiável. Que vai saber tudo da gente, mas que não vá contar para as outras."
A alguns quilômetros dali, no Colégio Lourenço Castanho, na turma do 5º ano, há o grupinho "das fofoqueiras, o dos meninos que se acham "malandros' e o dos que fazem parada de mão".
Mas a aluna Isabella Pileggi, 10, conta que não é de um grupinho só. "É legal se misturar com outras pessoas. O grupinho pode virar grupão", diz a menina, que é disputada por dois grupos de colegas na escola.
Outra que se diz "em cima do muro" é Erika da Silva, 9, que, às vezes, lancha com o "grupinho da escada", mas também dá uma de "juíza" com o pessoal do futebol.
A psicopedagoga Maria Irene Maluf, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, explica que é legal e válido estar aberto a outras amizades. "Para termos mais amigos, é importante aprender a aceitar o outro, que é diferente mesmo, mas nem melhor nem pior."
Que tal colocar essa idéia em prática no próximo recreio?

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